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Produção de milho em Sidrolândia cai 30% e deixa de injetar R$ 3 bilhões na economia

Sidrolândia deve perder cerca de 420 mil toneladas em comparação à safra anterior.

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Com 95% da área colhida, estimativa aponta queda de produtividade devido à seca, afetando lavouras de milho em Sidrolândia, que deve perder cerca de 420 mil toneladas em comparação à safra anterior.

A estimativa mais recente divulgada pela Famasul/Aprosoja aponta uma queda significativa de 30% na produtividade das lavouras de milho em Sidrolândia, Mato Grosso do Sul. Com 95% da área plantada já colhida, a projeção é que a produção caia de 99,99 sacas por hectare na safra passada para apenas 69 sacas por hectare em 2024. Se confirmada, a colheita totalizará 781.480,68 toneladas, uma redução drástica em relação às 1.202.427,04 toneladas colhidas no ano anterior.

Esse cenário representa uma perda de 420.946,37 toneladas, o que, segundo as estimativas, poderá retirar cerca de R$ 3 bilhões da economia local, afetando diretamente a circulação de riqueza no município e nas regiões próximas. As perdas foram particularmente graves em algumas áreas, onde a produtividade chegou a apenas 35 sacas por hectare, conforme apontado pelo levantamento do projeto SIGA.

Impacto Climático e Comparação Estadual

O principal fator responsável pela queda na produção foi a seca prolongada. A falta de chuvas entre março e junho, somada a longos períodos de estresse hídrico, afetou severamente as lavouras de milho. Em Sidrolândia, mesmo com o impacto negativo, o município deve manter a segunda posição no ranking estadual da produção, atrás apenas de Maracaju, onde a produtividade estimada é de 91,65 sacas por hectare, ainda que também tenha havido uma redução de 12,76% em relação à safra anterior.

Outros municípios do estado também enfrentaram quedas expressivas. Em Ponta Porã, a produtividade foi 44,77% menor, e em Dourados a quebra chegou a 49%, com uma queda de 104,85 sacas por hectare para 52,80 sacas.

Contexto Estadual

No âmbito estadual, as mudanças climáticas afetaram cerca de 819 mil hectares, tornando a colheita da segunda safra de milho de 2023/2024 uma das piores dos últimos dez anos, sendo a terceira pior registrada no estado. As longas estiagens, que variaram de 10 a 30 dias de falta de chuvas no início do ano, seguidas por até 90 dias consecutivos sem precipitação, foram decisivas para a quebra da safra.

Durante a apresentação dos resultados pela Famasul e Aprosoja-MS ao governador Eduardo Riedel (PSDB), foram discutidos os efeitos devastadores do clima seco sobre as plantações. Na região norte de Mato Grosso do Sul, algumas áreas estão há mais de 100 dias sem chuvas consideráveis, agravando ainda mais a situação.

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Histórico das Safras

O histórico das safras de milho de Sidrolândia mostra uma grande variação de produtividade nos últimos anos, refletindo as condições climáticas e outros fatores que impactaram o cultivo. Em 2023, a produtividade foi de 99,99 sacas por hectare, enquanto em 2022 havia sido de 108,13 sacas por hectare. A safra de 2021, por outro lado, sofreu uma quebra, com uma produtividade de apenas 58,91 sacas por hectare.

Esse ciclo de altos e baixos se reflete também nas safras anteriores, como em 2020, quando a produtividade foi de 91,4 sacas por hectare, e em 2019, com 96,8 sacas por hectare. Em 2018, a produtividade foi de 59 sacas por hectare, destacando a grande vulnerabilidade do setor agrícola às condições climáticas adversas.

Apesar do comprometimento da produção em 2024, Sidrolândia ainda se mantém como um dos principais produtores de milho do estado, embora o impacto econômico para a região seja inevitável diante das perdas projetadas. O cenário exige atenção dos produtores e das autoridades locais para mitigar os efeitos dessa queda e buscar alternativas para a recuperação nos próximos ciclos de safra.

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