O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou expansão de 1,26% em janeiro sobre o mês anterior, acima do esperado e indicando que a economia brasileira iniciou 2014 em recuperação, mas ainda insuficiente para compensar a retração vista em dezembro. O indicador, considerado uma espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB) e divulgado nesta sexta-feira, mostrou aceleração da atividade, mas não com força suficiente para anular a queda de 1,40% de dezembro sobre novembro em dados dessazonalizados revisados pelo BC. Anteriormente havia sido divulgado um recuo de 1,35% naquele mês.
Vemos esse movimento de crescimento melhor em janeiro como uma recuperação parcial de um dezembro bastante debilitado, e não como uma nova tendência de alta. Mas de fato abafa os riscos de que a economia estaria paralisando ou entrando em recessão, afirma nota do Barclays.
Ainda assim, o resultado mensal de janeiro foi o melhor desde dezembro de 2009, quando também avançou 1,26%, e ficou bem acima da expectativa em pesquisa da agência inglesa de notícias Reuters, cuja mediana de 26 projeções apontava alta de 0,70%.
Na comparação com janeiro de 2013, o IBC-Br que incorpora estimativas para a atividade em serviços, indústria e agropecuária avançou 1,01% e acumula em 12 meses alta de 2,47%, ainda segundo dados dessazonalizados. A expansão em janeiro decorre de dados melhores do que o esperado tanto da indústria quanto do varejo, apontando para um certo fôlego no início deste ano, mas ainda encarado com cautela pelos agentes econômicos.
Enquanto a produção industrial avançou 2,9% no primeiro mês do ano sobre o anterior, as vendas varejistas subiram 0,4% no período.
A indústria e o varejo estavam deixando a desejar, então o desempenho melhor deles levou o IBC-Br para este patamar acima do que estávamos observando disse a economista da CM Capital Markets Camila Abdelmalack.
A economia brasileira surpreendeu no quarto trimestre de 2013 com crescimento de 0,7% na comparação com os três meses anteriores, garantindo avanço em todo o ano passado de 2,3%. Ainda assim, agentes econômicos veem que a economia vai desacelerar neste ano, e a pesquisa Focus do BC mostra que a expectativa é de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,68%.
Avanço do investimento
O IBC-Br incorpora informações sobre o nível de atividade dos três setores da economia: indústria, comércio e serviços e agropecuária. No último dia 12, o presidente do BC, Alexandre Tombini, disse a investidores que o ritmo de crescimento em 2014 deve se manter em patamar próximo ao do ano passado. Tombini acrescentou que o crescimento em 2013 foi marcado por uma alteração na composição da demanda, com ampliação dos investimentos e moderação do consumo das famílias.
Tombini também argumentou que o avanço do investimento, especialmente em logística e infraestrutura, somado a esforços de qualificação da mão de obra, deve-se traduzir em ganhos de produtividade para a economia brasileira. No ano passado, a economia brasileira (Produto Interno Bruto PIB) cresceu 2,3%, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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