Publicado em 18/06/2014 às 14:54, Atualizado em 13/09/2024 às 19:15
Representantes do comércio e lideranças comunitárias reclamaram durante audiência pública, nesta quarta-feira (18), da ausência de vagas para estacionamento e da crescente presença de moradores de rua na região central de Campo Grande. O evento, que ocorreu na Câmara Municipal, teve ainda cobrança pela conclusão de obras como a Orla Ferroviária e o Centro de Belas Artes.
O presidente do Conselho do Comércio Central, André Eduardo Moretto, explicou que a ausência de vagas para estacionar tem levado empresas e clientes a se mudar para os bairros, deixando imóveis vazios no Centro.
Alternativa para reverter esse quadro havia sido apresentada, em março, ao prefeito Gilmar Olarte(PP) durante reunião com o setor promovida pela ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande). Na ocasião, foi apontada a necessidade de uso do estacionamento da Feira Central para abrigar os veículos de lojistas e funcionários, tendo um ônibus que interligasse o local as lojas.
Durante a audiência, também foram questionadas quais ações a prefeitura tem implementado para atendimento aos cerca de oito mil moradores de rua da Capital.
Para o presidente do Conselho Municipal de Segurança da Região Central, Adelaido Spinosa, é necessário humanizar a área central, uma vez que a maioria das pessoas que estão na rua vieram para o Estado para trabalho no corte de cana-de-açúcar e construção civil, mas não se adaptaram.
Não é só questão de dinheiro para voltar as suas cidades de origem, mas tem também o aspecto emocional de admitir para a família que falhou. Com isso, eles acabam na rua sujeitos ao vício do álcool e droga para lidar com uma escolha infeliz, analisou Adelaido.
Já a secretária Municipal de Assistência Social, Janete Bellini, admitiu não ser possível obrigar quem mora na rua a sair dessa situação.
Muitos gostam de morar na rua, se acostumam a receber comida e esmola todos os dias e não querem sair disso. Para mudar é preciso um projeto integrado que envolva família, assistência social, segurança e instituições organizadas, pontou Janete.
Acesso prejudicado Apesar da grande concentração de linhas de ônibus no Centro, áreas como daEscola Estadual Riachuelo, no Cabreúva, ficam isoladas da interligação com os terminais de transbordo e foram motivo de críticas durante a audiência.
De acordo com a diretora da unidade, Eronides Rezende, os alunos precisam se deslocar mais de 700 metros e dar a volta na Feira Central, até a Rua 14 de Julho, para ter acesso a linhas de ônibus para os terminais General Osório e Júlio de Castilho.
Dentro no quesito transporte, foi solicitada ainda uma linha de ônibus que interligue o aeroporto à rodoviária de Campo Grande, passando pelo Centro.
Para essa reivindicação, o presidente da Agetran (Agência Municipal de Trânsito), Jean Saliba, disse que negociação com o Consórcio Guaicurus está em estágio avançado e deve ocorrer ainda neste ano.
Lista extensa O presidente do Conselho Municipal da Região do Centro, João Eulogio, levou ainda lista de 20 reivindicações ao Executivo. Dentre elas, coleta seletiva, pintura e instalação de hidrantes, finalidade para a estrutura da antiga rodoviária, recapeamento das vias centrais e término de obras do Centro de Belas Artes e Orla Ferroviária.
Conforme o secretário de obras, Semy Ferraz, no caso do Belas Artes dois convênios de R$ 9 milhões foram realizados para adequar a estrutura para a nova finalidade, uma vez que o local sediaria uma rodoviária. Em seguida, houve necessidade de cancelar o contrato com a empreiteira e atualizar o valor estimado para conclusão em R$ 25 milhões.
Quanto a Orla Ferroviária, Semy disse que a empresa que realizava a obra desistiu de sua continuidade e serão necessários R$ 2 milhões para seu término.