Ciente de que o governo é impactado pelas consequências desses acontecimentos, Lula consultou ministros palacianos sobre a melhor abordagem a adotar: defender o ministro ou manter-se em silêncio.
Inicialmente, a decisão do Planalto foi aguardar para avaliar se a situação se acalmaria. Após 24 horas, a orientação foi defender Dino, considerando que essa postura seria mais assertiva junto à base de apoio, transmitindo confiança. Contudo, nos bastidores do governo, há a percepção de que Flávio Dino representa um problema que precisa ser solucionado para evitar um agravamento na popularidade do governo, já em declínio acentuado. Além disso, o Brasil enfrenta desafios diplomáticos devido à posição pró-Hamas adotada pelo Governo Lula, o que complica a situação.
Interlocutores afirmam que o presidente recebeu a sugestão de indicar Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF) como uma possível “saída honrosa”. Essa medida envolveria a saída do Ministério da Justiça e o retorno de Dino ao Senado, buscando aprovação na casa. No entanto, essa abordagem poderia ser interpretada pelos aliados de Dino como uma estratégia para deixá-lo em uma posição vulnerável, fazendo alusão à “cova dos leões” do livro bíblico de Daniel. A perspectiva próxima de Dino é que ele necessita de mais tempo no Ministério da Justiça para conquistar os votos necessários, aproveitando o prestígio que a pasta proporciona.
Essa solução, apesar de arriscada, poderia ser benéfica para Dino caso ele conseguisse manobrar a “eleição” no Senado, mesmo que isso pareça improvável no momento. Em meio ao que chamam de “fogo amigo” em Brasília, a ação política pode surpreendentemente impulsionar o ex-governador do Maranhão.
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