Publicado em 13/03/2024 às 13:21, Atualizado em 13/09/2024 às 19:47
Ministro da Justiça e Segurança Pública disse que fugitivos estão no perímetro que concentra a penitenciária de Mossoró (RN)
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta quarta-feira (13) que a operação que visa recapturar dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) "está se desenvolvendo, até o momento, com êxito". Os dois presos, porém, não foram encontrados e as buscas por eles vão completar um mês nesta quinta-feira (14).
"Foi uma reunião extremamente produtiva, em que nós ingressamos nos vários detalhes da operação. É uma operação que está se desenvolvendo, até o momento, com êxito", afirmou Lewandowski. "Nós temos indícios fortes da presença dos dois fugitivos na região, nesse perímetro que concentra a penitenciária. Nós temos hoje uma convicção de que os fugitivos se encontram aqui dentro ainda", completou.
Lewandowski destacou que uma das preocupações do governo é com a população local. "A estratégia será mantida e ela está sendo aperfeiçoada. A investigação é sofisticada: estamos localizando toda a rede de apoio. O custo da operação é elevado, mas é necessário. Não apenas para a recaptura de dois criminosos perigosos. Mas não podemos deixar a população local desamparada. Enquanto esse risco não se dissipar, manteremos o efetivo", disse.
Mais cedo, Lewandowski viajou para Mossoró (RN) para acompanhar a operação que procura os dois presos que fugiram da penitenciária federal da cidade. O ministro da Justiça participou de uma reunião com os integrantes da força-tarefa formada para capturar os presos. Ao menos 500 agentes participam do grupo. Não é a primeira vez que o titular viaja para o estado — a primeira ida ocorreu em 18 de fevereiro. Na ocasião, ele afirmou que a fuga "não afeta, em hipótese nenhuma, a segurança das cinco unidades prisionais federais".
Os dois fugitivos são suspeitos de ter ligações com a facção Comando Vermelho, no Acre, estado em que o grupo domina as operações criminosas e onde a dupla estava presa até setembro do ano passado. Eles já foram vistos em diversas ocasiões desde a fuga. No entanto, os investigadores não ainda conseguiram capturá-los.
A penitenciária de Mossoró tem quatro agentes de execução penal para cada preso, em média. Os dados, que são do Painel Estatístico de Pessoal do governo federal e da Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais), foram coletados pelo R7. Pelos números oficiais, o país tem 1.493 servidores do tipo ativos, dos quais 249 (16,7%) estão lotados em Mossoró.
Veja a seguir a cronologia das buscas pelos fugitivos de Mossoró:
• 16/2
Moradores disseram ter visto a dupla em diversas ocasiões. Dois dias após a fuga, Deibson e Rogerio teriam feito uma família refém, na zona rural de Mossoró. Neste dia, a polícia também encontrou pegadas, calçados, roupas, lençóis e uma corda, além de uma camiseta do uniforme da penitenciária, em uma área de mata.
• 22/2
Três pessoas foram presas em flagrante por supostamente terem facilitado a fuga dos detentos.
• 26/2
Um homem identificado como Ronaildo da Silva Fernandes foi preso por suspeita de ajudar os fugitivos. Ele é dono de um sítio em Baraúna, município na zona rural do RN que fica na divisa com o Ceará, e teria recebido R$ 5 mil para abrigar Deibson e Rogerio por oito dias.
• 27/2
Os fugitivos foram vistos em um vilarejo no Rio Grande do Norte. Segundo informações obtidas pela RECORD, os moradores do local reconheceram Deibson e Rogerio, que voltaram para a mata antes da chegada da polícia.
• 1º/3
Durante a madrugada, a Polícia Federal acionou helicópteros, drones, equipamentos que captam calor humano e cachorros farejadores, que sentiram o cheiro dos fugitivos e percorreram 600 metros, mas sem êxito. Àquele momento, as autoridades acreditavam que os foragidos estavam perdidos e sem ajuda, já que os rastros indicavam que estavam voltando para o estado, em vez de tentar fugir.
• 3/3
Forças de segurança cercaram uma fazenda em Baraúna, após moradores da região relatarem ter visto os foragidos durante a madrugada. Os dois teriam invadido uma propriedade rural e agredido um agricultor. De acordo com policiais que participam das buscas, os detentos roubaram outros moradores.