O sistema de atendimento que dá aos trabalhadores acesso ao seguro-desemprego continua lento ou, em alguns momentos, fora do ar em Campo Grande. Nos três locais - Funtrab (Fundação do Trabalho), na Funsat (Fundação Social do Trabalho) e Ministério do Trabalho - onde se solicita o benefício, o problema tem gerado filas e espera. Hoje pela manhã (28), na Superintendência Regional do Trabalho, muita gente foi pega de surpresa, desinformada sobre a pane. Segundo o superintendente regional do Ministério do Trabalho, Anizio Pereira Tiago, não há previsão para que o sistema se restabeleça, já que todo o processo é desenvolvido em Brasília. Não é por falta de atendimento. Nós não temos o que fazer, está fora do nosso controle, explicou o superintendente.
Há aproximadamente dois meses, quando começou a mudança de sistema- migrando de Datamec para Dataprev- o atendimento tem registrado problemas. Se Brasília muda, nós temos que mudar também. Mas o banco de dados é muito grande e essa lentidão acaba acontecendo. Em alguns momentos, desliga de uma vez, disse.
Dos 200 atendimentos diários, em média, aproximadamente 160 são para solicitar o requerimento do seguro-desemprego, conforme informou órgão. A maioria vem por este benefício. Para os outros serviços a procura é bem menor.
Vindo de São Paulo para a Campo Grande, Denise Taka, 42 anos, não tinha ideia que o atendimento estivesse tão demorado. Há apenas dois meses na cidade, ela precisou se mudar para acompanhar o marido. Fiz um acordo com a empresa e eles me mandaram embora. Não sabia que estava com problema o sistema. Agora vou esperar, tenho que pegar o dinheiro, disse surpresa.
Para os que já sabiam do entrave, a espera já era certa. Já é a segunda vez que venho. Ontem (27) eu vim, mas demorou muito e eu tinha compromisso. Hoje vou pegar outra senha e tentar de novo, disse o gerente de vendas, Rodrigo Duarte, 37 anos.
Requerimento- Apesar de já existir uma portaria publicada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, desde 2006, que recomenda as empresas a digitalização do requerimento do seguro- desemprego, praticamente nenhuma delas adotou a orientação. O superintendente do órgão explica, independentemente da situação atual do sistema, essa medida reduziria o atendimento em 14 minutos, em média. O que leva 18 minutos passaria a ser feito em quatro, afirma.
O Ministério deve publicar ainda uma norma que passará a exigir a medida. Isso agilizaria o atendimento. A empresa já entrega o requerimento digitalizado, disse.
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