O Dia das Mães, comemorado no próximo domingo (8), foi comemorado de uma maneira pouco convencional pelas mães policiais de Mato Grosso do Sul. Cerca de 50 mulheres toparam o desafio de participar do 1º Torneio de Tiro realizado nesta sexta-feira (6), na Academia da Polícia Civil Delegado Júlio Cesar da Fonte Nogueira (Acadepol).
O delegado-Geral Marcelo Vargas Lopes ressaltou o desafio da mulher que decide ser mãe e policial. Ser mãe policial é dupla jornada, pois tem a missão grandiosa de ser mãe e proteger a sociedade, pontuou.
Entre as participantes, a investigadora Lucilene Souza contou com o apoio de duas das três filhas. Durante as homenagens, ela lembrou de quando assumiu o cargo há 11 anos, a dificuldade de se manter afastada das filhas para ir trabalhar no interior do estado. Hoje, com as filhas crescidas, ela conta como foi conciliar a profissão e o papel da maternidade.
Ajuda ser mãe. A mulher tem o coração bom, então quando se é mãe, começa a ver olhar com outros olhos a profissão. Eu já cheguei a dar conselhos [para meliantes], contou Lucilene.
A filha caçula da policial, hoje com 15 anos, Karla Souza quer seguir os passos da mãe. Penso em ser delegada da Polícia Federal. Penso nisso desde sempre, quando vejo minha mãe trabalhando, fazendo operações, disse.
A adolescente fala que gosta de ter uma mãe policial, o problema é quando a profissão fala mais alto na vida pessoal. Por um lado, ela é rígida para a gente sair, mas por outro, ela nos dá segurança. Quando acontece alguma coisa na escola e o fato vai parar na polícia, ela já pensa em processar, afirmou.
Ao contrário da Lucilene que virou policial depois de ser mãe, a investigadora Débora Coene, de 32 anos, vive a experiência da maternidade com sete anos de profissão. Lotada na Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco e Resgate a Assaltos e Sequestros (Garras), ela volta ao trabalho no próximo dia 18 de maio, após seis meses de licença.
Já estou com coração apertado. Até para vir aqui fiz um monte de recomendação para meu marido, falou Débora. O marido dela também é policial.
Por causa do torneio, a policial pegou em uma arma de fogo pela primeira vez desde que deu à luz. É complicado. Mas estou mais preocupada é com a segurança, porque são duas armas em casa. Desde a gestação estamos conversando sobre o assunto, lembrou.
Com o nascimento da filha há seis meses, Débora diz acreditar que ela terá outro comportamento no trabalho. As emoções ficam à flor da pele. Antes do nascimento eu era mais firme e, agora, estou mais emotiva, ressaltou.
TorneioA ideia surgiu depois da experiência torneio feito em março, para comemorar o mês da mulher. De acordo com o regulamento, as competidoras usaram pistola .40 e tiveram um minuto para efetuar 10 disparos, a sete metros de distância do alvo. Em caso de empate, vence a que acertou mais vezes o alvo de 10 pontos.
A brincadeira ganhou tom sério quando tratou de segurança das competidoras que usaram colete a prova de balas, óculos e protetores de ouvido. Além disso, cada uma tinha um instrutor acompanhando.
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