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Prisão foi sem provas e tomada por sentimento, diz defesa de suspeita

Pedreiro de 34 anos saiu em defesa de mãe evangélica. (Foto: Luana Rodrigues)

A defesa da mulher apontada como mentora dos rituais de tortura a um menino de 4 anos reclama que ela foi presa sem provas, avalia que a investigação foi contaminada por “sentimento” e recrutou um filho da suspeita para atestar inocência. A suspeita, de 60 anos, foi presa na terça-feira (1) em Aquidauana. Ela é mãe da mulher de 31 anos que confessou os maus tratos ao sobrinho em sessões de magia negra.

“A defesa discorda da prisão porque não há provas da participação na tortura. Mas só depoimentos dos acusados”, afirma o advogado Marcos Ivan. Para ele, os responsáveis pela investigação “colocaram sentimento” porque se solidarizaram com a criança e não levaram em consideração as questões necessárias para a prisão, como provas e indícios fortes.

A prisão temporária tem validade de 30 dias e o advogado não pretende tentar reverter a situação, por meio de habeas corpus.

O filho da presa apontada como mentora saiu em defesa da mãe e disse que a irmã a acusou em represália, por ela não ter concordado com a adoção da criança. Conforme o pedreiro de 34 anos, há um ano a irmã não visitava a mãe em Aquidauana.

Ainda segundo ele, que mora em Campo Grande e não quis divulgar o nome, a mãe é evangélica e jamais participou de rituais. O homem confirmou que teve um padrasto que fazia magia branca. “A família toda está muito envergonhada pela atitude da minha irmã contra essa criança”, afirma.

A mulher de 60 anos está presa na 2ª Delegacia da Capital, mas, em breve, deve ser transferida para o presídio. Para o delegado Paulo Sérgio Lauretto, titular da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), apesar da presa em Aquidauana negar a participação, a acareação realizada ontem evidencia sua participação.

Ao todo, quatro pessoas foram presas. Os tios do menino, a mãe da tia da criança e um primo de 18 anos. O caso que chocou a cidade veio à tona em 23 de fevereiro, após o Conselho Tutelar constatar queimaduras e marcas de espancamento pelo corpo do menino, que está internado na Santa Casa. Os tios e o primo confessaram a violência e dizem que agiam sob influência de uma entidade.

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