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Alunos já perderam 20 dias letivos e férias de dezembro serão ‘enforcadas’

Professores afirmam que não foram notificados da suspensão de negociação da prefeitura. (Foto: Leonardo de França/O Estado MS)

A greve da Reme (Rede Municipal de Ensino) já fez alunos perderem 20 dias de aulas e a reposição, segundo a Semed (Secretaria Municipal de Educação), acontecerá em dezembro, o que vai “enforcar” parte das férias do fim do ano. Em todo o segundo semestre há exatamente 20 sábados, então mesmo que se decida que as aulas serão ministradas nos fins de semana, o conteúdo terá de ser repassado aos alunos depois do dia 16 de dezembro, o último dia letivo no calendário oficial, uma vez que a paralisação continua.

Para o titular da Semed, Wilson do Prado, os docentes devem avaliar a situação e voltar ao trabalho. De acordo com o secretário, as férias do meio do ano serão respeitadas. “A gente vai ter que estender o ano letivo em dezembro. A administração não pode interferir no movimento grevista, mas eles (professores) também têm que avaliar essa situação, que irá prejudicá-los. Eles mesmos que irão repor as aulas”, disse.

Iniciada em 25 de maio, a greve dos professores continua sem previsão de término, principalmente depois que o secretário de educação afirmou retomar as negociações com a categoria somente em setembro. “Eles rejeitaram todas as nossas propostas. Agora, precisamos de um tempo para realizar um levantamento das despesas e depois apresentar uma nova proposta que atenda os professores”, explicou Wilson do Prado.

A ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública) não considera essa declaração até ser informada oficialmente. “Na sexta-feira (19) nós recebemos um ofício do secretário propondo negociar em julho. Estamos esperando um documento oficializando isso (o adiamento da negociações para setembro)”, disse Geraldo Gonçalves, presidente da entidade.

Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Campo Grande, o calendário escolar prevê as férias do meio do ano entre os dias 13 e 27 de julho. Já o ano letivo deve se encerrar no dia 16 de dezembro, “para as escolas que não aderiram a greve”, informou a nota da assessoria de imprensa.

A luta da categoria é pela equiparação do salário dos docentes que trabalham 20 horas ao piso salarial nacional. Para isso, a prefeitura teria que reajustar o vencimento dos docentes em 13,01%. 

A administração municipal ofereceu 8,5% parcelados até o fim do ano, porém a categoria rejeitou a proposta em assembleia, alegando que a lei municipal 5.411/2014 deve ser cumprida na íntegra. Com a entrada de alguns vereadores nas conversas, os professores aceitaram até parcelar em 10 vezes essa porcentagem, mas isso também foi negado pelo prefeito.

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