Publicado em 06/11/2015 às 14:13, Atualizado em 26/10/2016 às 13:30

AUDIO: Guarda diz querer arma para assaltar, trocar por miojo e revolta corporação

Áudio foi compartilhado entre os guardas que prometem denúncia

,

Um áudio compartilhado nas redes sociais e supostamente gravado por um guarda municipal tem revoltado muitos servidores que atuam na segurança pública de Campo Grande. No áudio, o guarda - que já foi investigado em sindicância por invasão à prefeitura em maio do ano passado – mobiliza os colegas para cobrar a disponibilização das armas, situação ainda em curso, e também afirma que as armas servirão para assaltos nas ruas da cidade.

De tão irônico, muitos guardas chegaram a duvidar que as falas tivessem vindo de um servidor da segurança. Mas todos afirmam ter sido Henrique Cesar Barbosa Lima, mais conhecido como B. Lima, o responsável pela gravação.

Confira a transcrição completa do que o guarda diz e ouça o áudio:

“Nós temos que apressar esse armamento aí gente, a gente pelo menos com a arma o guarda tem como começar a assaltar os outros na rua, entendeu? Nós estamos precisando desse armamento para poder sobreviver cara. Vamos assaltar cara, fazer o quê? Vai ter guarda empenhando esse revólver velho da PM que vai ser doado em mercado e trocando por fardo de miojo”.

O GUARDA

Henrique foi convocado para atuar na Guarda Municipal em janeiro de 2011. Ele passou por treinamento e chegou, inclusive, a comandar a base da corporação na região do Prosa e agora, segundo relatos de servidores ao Portal Correio do Estado, é um dos “braços direitos” do comando da Guarda.

Um servidor que pediu para não ser identificado denuncia a perseguição sofrida por ele e pelo menos outros 30 guardas. Henrique seria o autor das perseguições que causaram até afastamento do trabalho por atestado psicológico de alguns servidores.

“Vamos entrar com ação contra eles. Fazer a denúncia no MPE, depois vamos na corregedoria do Bombeiro e depois na corregedoria da Guarda”, diz o guarda municipal.

Henrique Barbosa Lima foi afastado das ruas no segundo semestre do ano passado depois de ter sido identificado como um dos nove guardas que invadiram a prefeitura no dia em que Alcides Bernal (PP) foi reconduzido ao cargo e logo depois teve de deixar a prefeitura.

Sindicância foi aberta na época, mas segundo denúncia de servidores, Henrique não responde mais a nenhum procedimento investigatório por ordem do comando da Guarda Municipal.

A reportagem tentou contato com a assessoria de imprensa da corporação para mais detalhes sobre a atuação de Henrique e sobre o áudio que circula nas redes sociais, mas nenhum retorno foi dado.