Publicado em 20/05/2015 às 13:49, Atualizado em 13/09/2024 às 19:20

Em escuta do GAECO, Presidente do PSL diz que vereadores receberam R$ 23 mi para cassar Bernal

Fagner de Olindo, i9

O áudio de número 2576586 capta o diálogo da Presidente do PSL Anny Cristina Silva Nascimento Sales, em seu bojo consta a conversa onde cada vereador que votou a favor da cassação do ex-prefeito Alcides Bernal, teria embolsado R$ 1 milhão, ou seja dos 23 votos a favor da cassação de Alcides Bernal chegamos a incrível cifra de R$ 23 milhões.

O diálogo faz parte de mais de 4 mil páginas do processo do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), no qual aparece o prefeito Gilmar Olarte como o principal envolvido em corrupção passiva, formação de quadrilha, estelionato e lavagem de dinheiro.

A empresária Anny Cristina da Silva Nascimento Sales, que assumiu o comando do PSL após o afastamento de Alceu Bueno, envolvido em escândalo sexual com menores, afirmou em depoimento ao Gaeco, que é cantora gospel e que por este motivo conheceu Ronan e Olarte.

A mesma informou que Ronan mantinha uma vida simples antes de entrar no esquema: tocava em igrejas evangélicas para obter renda. Anny ainda chegou a declarar que conheceu o atual prefeito quando fazia um programa de rádio e que, por este motivo, ficou mais próxima do prefeito e amiga de Ronan.

Ainda em 2013, Anny revelou que foi procurada por Marly Deborah Perriera Campos, ambas “grampeadas”durante as investigações – Anny Cristina Silva Nascimento Sales e Marly Deborah Pereira de Campos. vizinha e amiga na época.

Contudo, Marly teria afirmado que mantinha uma relação próxima a Olarte e que ele teria pago dois meses de salários antes mesmo de Marly seguir para a Secom. Porém, para cumprir a promessa, ela teria emprestado folhas de cheques do próprio filho para Olarte e Ronan, mas que em dado momento, eles não estavam sendo mais pagos que ela estaria sendo cobrada por agiotas.

Anny revelou que Marly ainda confidenciou que Olarte estaria dando calote e que o caso já era conhecido no meio político, inclusive na prefeitura, e que Ronan teria deixado a cidade em fuga por não cobrir cheques de terceiros.

Em março daquele ano, Anny descobriu que Ronan estava na cidade e foi ao encontro dele, uma vez que era amiga dele e intencionava pedir que ele resolvesse o problema de Marly que estava desesperada pela cobrança. Deborah, anteriormente, revelara à amiga que tinha procurado Olarte para relatar o caso, mas o mesmo apenas prometia saldar a dívida, mas nunca o fez.

Na Câmara Municipal apuramos que Marly Débora foi nomeada em abril de 2014, a pedido do vereador Herculano Borges (SD), conforme Diogrande 6.680.

NOMEAR MARLY DEBORAH PEREIRA DE CAMPOS para o cargo em comissão de Assistente Parlamentar IV, Símbolo APCM-109, em vaga prevista na Resolução n. 937/95, de 27.04.1995, e respectivas alterações posteriores, a partir de 1º de abril de 2014.

De acordo com a denúncia feita pelo autor da denúncia que resultou nas investigações do GAECO, Paulo Sérgio Telles; Nelsinho Trad (PMDB) e Gilmar Olarte (PP) teriam se reunido na casa de Raimundo Nonato para armar o que chamou de complô político, com a finalidade de provocar a cassação de Bernal.

Segundo Paulo Sérgio, Nonato articulou em sua casa, junto com Gilmar Olarte e Nelson Trad Filho a derrubada de Alcides do poder. — “Eles estavam lá articulando uma forma de cassar o Bernal” – finaliza em depoimento.

Nonato conseguiu também emplacar o filho, Enéas Carvalho Netto para o cargo de Diretor-Presidente da Agência Municipal de Habitação de Campo Grande (EMHA) durante a gestão de Gilmar Olarte.