Diagnosticada com dengue, Marcelly Marcia Franca Almeida esperou por cerca de 2 horas, segundo a família, mesmo após chegar a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Coronel Antonino com a pressão baixíssima – 7 por 4, enquanto o normal é 12 por 8. A informação foi apurada pela delegada Joilce Silveira Ramos, que atendeu aos parentes da paciente na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Cepol (Centro Especializado de Polícia Integrada) e fez os primeiros levantamentos para verificar se a mulher, que sofreu parada cardiorrespiratória aos 33 anos, foi vítima de negligência médica.
Os familiares de Marcelly já foram ouvidos e agora, a Polícia Civil irá atrás dos médicos e funcionários da UPA, pacientes que testemunharam a situação e fazer as análises de prontuário médico e imagens de câmeras de segurança (se houver). “Se for comprovado que houve imperícia (falta de habilidade), imprudência (falta de atenção) ou negligência (desleixo), os responsáveis podem responder por homicídio culposo”, explicou a delegada.
Ainda segundo Joilce, o marido relatou que chegou com a assistente social ao posto de saúde por volta das 13h desta terça-feira (23). Ele disse que houve demora em chamar Marcelly e quando ela passou pela triagem (primeiro atendimento), mesmo com a pressão baixa e queixas como falta de ar, a paciente recebeu classificação amarela (caso urgente) e teve de voltar para a sala de espera.
Enquanto aguardava, Marcelly vomitou várias vezes, narrou o marido. Cerca de 2 horas depois, quando já estava passando muito mal, foi levada para a parte interna na UPA, onde sofreu parada cardíaca e não sobreviveu. O óbito foi constatado às 16h45.
A delegada afirma que a assistente social estava com dengue, já que teve acesso a resultado de exame coletado no domingo (21). O corpo de mulher ainda não foi liberado, porque mais exames serão feitos no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) para investigar o óbito. O velório foi remarcado para começar às 20h, na Pax Nippon, da Rua 13 de Maio.
Outro lado – Por meio de nota, a Sesau (Secretaria Municipal de Assistência Social) esclareceu que a paciente deu entrada na UPA Coronel Antonino no início da tarde, passou por classificação de risco e recebeu a cor amarela, “sendo encaminhada diretamente para atendimento médico”. “Ela permaneceu em observação, sendo medicada”.
Ainda conforme a secretaria, os sinais vitais de Marcelly estavam sendo monitorados no setor de estabilização da unidade. “Devido ao rápido agravamento do quadro clínico, a paciente precisou ser encaminhada para a sala de emergência”, onde teve parada cardíaca.
“A Sesau também informa que todos os procedimentos aconteceram dentro do tempo protocolar, conforme a classificação de risco, lamenta o falecimento da paciente e aguarda o resultados de exames para a elucidação diagnóstica”.
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