Publicado em 26/05/2015 às 09:46, Atualizado em 13/09/2024 às 19:20
Em reunião realizada na noite desta segunda-feira (25) com a diretoria da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública), a prefeitura propôs pagar aos professores o repasse da inflação dos últimos 12 meses, estimada em 8,3%, mas a partir de outubro deste ano. De acordo com o secretário municipal de Administração, Wilson do Prado, o valor é o máximo que apode ser pago a categoria neste momento.
Nem isso poderíamos dar, mas não queremos confronto com uma categoria tão importante, além do mais, estamos preocupados com a população e com os alunos fora da sala, ressaltou. O secretário ressaltou que qualquer índice acima da inflação do período vai depender de como as finanças do município irão se comportar nos próximos meses.
É possível dar um pouco mais caso os gastos com pessoal fiquem abaixo dos 51,03% da receita líquida, que é o limite prudencial fixado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, afirma. Segundo Wilson do Prado, a prefeitura está batalhando para fazer ajustes e espera que os cortes e gastos anunciados nas últimas semanas já sejam sentidos a partir do próximo semestre. Estamos fazendo a lição de casa para isso, disse.
Wilson do Prado ainda alertou que a gestão municipal precisa se ater ao limite imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal para não correr risco de sofrer sanções, como o bloqueio de repasses e enquadramento do prefeito por improbidade administrativa.
Ele explicou que desde 2012 os professores acumulam reajustes salariais de 61,43%, acima da inflação que foi de 22,43%. Pelos cálculos da Secretaria de Planejamento, Finanças e Controle, este reajuste impactará em R$ 5 milhões a folha de pagamento da educação que hoje representa 49% dos gastos com pessoal. Atualmente, apenas a folha de pagamento do magistério soma R$ 36,9 milhões.
Representantes da prefeitura já expuseram a situação financeira a categoria em reunião nesta segunda-feira e destacaram que os ajustes feitos até o momento já garantiram uma economia de R$ 14 milhões, mas o objetivo é cortar mais R$ 220 milhões.
Greve O presidente da ACP, Geraldo Alves, disse que a categoria vai discutir a oferta de repasse da inflação em assembleia às 14 horas desta terça-feira (26). Não quero fazer avaliação para não influenciar a categoria, destaca.
Geraldo Alves disse que o sindicato ainda não fez um balanço da paralisação, mas acredita que das 96 escolas, 50% estão paralisadas neste segundo dia de paralisação. No entanto, o secretário Wilson do Prado afirma que menos da metade aderiu a greve. Todos os 38 Ceinfs estão funcionando, reforçou o secretário.
Enquanto aguarda a deliberação da assembleia, o presidente da ACP vai acompanhar a sessão da Câmara Municipal desta terça-feira, na tentativa de obter apoio dos vereadores.