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Santa Casa não aceita proposta da prefeitura e impasse continua

Hospital e prefeitura pressionam maior participação do Estado; nova reunião está marcada

Wilson Teslenco falou sobre situação da Santa Casa (Foto: Valdenir Rezende / Correio do Estado)

As discussões a respeito da proposta da prefeitura de Campo Grande de reduzir em R$ 1,5 milhão o valor mensal do pagamento à Santa Casa pelos serviços prestados pelo hospital continuam na próxima semana, em reunião marcada para a quarta-feira (15) pela manhã.

No encontro de hoje (10), que reuniu a direção da ABCG – mantenedora do hospital -, conselhos estadual e municipal de saúde, prefeitura, governo do Estado, Ministério Público, Câmara Municipal e entidades de classe, não se chegou a um acordo e o impasse continua.

De imediato a diretoria da ABCG alertou que a redução no valor do repasse implica diretamente na diminuição do volume dos serviços prestados. “Até a vigência do contrato, que expirou no dia 7 de abril passado, ainda convivíamos com um déficit mensal de R$ 1 milhão. Com o corte de R$ 1,5 milhão, o déficit mensal sobe para R$ 2,5 milhões”, observou Wilson Teslenco, presidente da ABCCG.

Tanto a Santa Casa quanto a prefeitura de Campo Grande pressionam o governo a aumentar o repasse feito atualmente. A alegação da prefeitura é de que cerca de 30% dos pacientes atendidos na instituição são do interior do Estado.

Teslenco dá prazo de um mês para que haja diminuição no número de atendimentos realizados pelo hospital. “Seria desonesto de nossa parte assinar com a prefeitura o contrato com a proposta que nos foi apresentada. Estaríamos assumindo um compromisso que não teríamos condições de cumprir, inviabilizando o funcionamento do hospital”, destacou.

De acordo com Virgílio Gonçalves, superintendente da Secretaria Municipal de Saúde, a proposta de reduzir o valor do repasse em R$ 1,5 milhão é a única que a prefeitura tem condições de cumprir. “A realidade do município não nos permite ampliar o valor do contrato e esse impasse só será solucionado se contarmos com o apoio financeiro do governo do Estado”, disse ele.

Por sua vez, o secretário de Estado de Saúde Nelson Tavares informou que inicialmente deve ser levantada qual a representatividade da Santa Casa no âmbito do sistema de saúde estadual. “Temos a proposta de reestruturar todo o sistema e o governo do Estado não vai discutir, de forma isolada, o problema da Santa Casa”, garantiu.

Ao final do encontro, ficou definida que nova reunião será realizada na quarta-feira (15) no hospital, quando novas propostas serão discutidas para solucionar o impasse.  

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