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Sem propostas, greve se transforma em guerra judicial entre prefeitura e professores

Prefeitura diz que só negociará depois de setembro e inicia demissões de profissionais

Professores estão em assembleia nesta sexta (Foto: Bruno Henrique/ACP)

Enquanto professores, em greve há mais de um mês, se recusam a voltar para as salas de aula sem o reajuste de 13,01% e a prefeitura afirma que não apresentará nova proposta à classe e só voltará a negociar em setembro, uma verdadeira batalha judicial é criada.

Desde o início do movimento grevista, a prefeitura entrou na Justiça com ações determinando a volta de 30% e depois 66% do efetivo às salas da aula mediante multa. Nesta semana, novas ações pediam da prisão do presidente do Sindicato Campo-Grandense dos Professores (ACP), Geraldo Alves, até a proibição de manifestações em frente à prefeitura, na Avenida Afonso Pena.

Em assembleia nesta sexta-feira (26), os mais de 1 mil professores que esperavam analisar proposta enviada pela prefeitura assistem explicações jurídicas da diretoria da ACP que promete impetrar duas novas ações judiciais contra a prefeitura.

Segundo o advogado do sindicato, Ronaldo de Souza Franco, uma das ações será um mandado de segurança pedindo que a prefeitura divulgue os salários de todos os servidores municipais, incluindo os comissionais.

O pedido é uma reação depois de a prefeitura divulgar holerites de professores para revelar os salários dos profissionais.

A outra ação, segundo o advogado, trata-se de uma representação pedindo que a Justiça analise ato de improbidade administrativa contra o prefeito por não cumprir a lei do piso, sancionada em 2014 e motivo de toda a paralisação.

DEMISSÕES

Enquanto a “guerra judicial” é travada, a prefeitura afirma que o movimento grevista enfraqueceu e que apenas seis escolas estão totalmente sem aula.

O secretário de Administração e interino da Educação, Wilson do Prado, diz que não há negociação com os professores que a prefeitura inicia hoje os cortes de 300 professores, já noticiados pelo Portal Correio do Estado no início da semana.

“Nós temos 60 administrativos que irão voltar para a sala de aula. E depois de fazermos as medidas de economia, voltaremos a conversar com os professores”.

Sem nenhuma indefinição sobre a volta de 100% das escolas, os alunos que estão sem aulas terão de repor os dias parados e a paralisação pode até comprometer as férias do meio do ano.

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