Publicado em 08/08/2024 às 08:42, Atualizado em 13/09/2024 às 19:48

Criança autista volta com cabelo cortado de creche e mãe denuncia caso em Ribas do Rio Pardo

Menina era muito apegada "ao cabelo de princesa" e diz que "pro nova" foi a única a mexer nele

Vinicius Costa, Top Midia News
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Diferença dos cabelos antes e depois do corte / Divulgação

Criança autista, de apenas 4 anos, teve seu cabelo cortado durante a terça-feira (6) em uma creche na região do Conjunto Habitacional São João, em Ribas do Rio Pardo. A denúncia foi realizada pela mãe da menina, de 22 anos, que procurou a delegacia para registrar o caso.

Conforme o registro policial, a mãe explicou que cortaram parte do cabelo da criança sem sua permissão e que a filha é muito apegada aos seus cabelos. Devido ao quadro de TEA (Transtorno do Espectro Autista), a criança ficou bastante alterada após saber que teve o cabelo cortado, chegando a dizer que "perdeu seu cabelo de princesa".

A jovem disse na delegacia que a filha, em virtude do autismo, evita receber contatos físicos, principalmente na cabeça e no cabelo, situação parecida em que aconteceu há um ano, quando uma das professoras da creche tentou dar banho na menina, ocasionando um quadro crítico de crises e a vítima ficou um ano sem conseguir lavar seu cabelo.

Sabendo da situação e evitando que ela se repetisse, a mãe avisou na unidade de ensino, porém, uma nova professora teria começado a frequentar a unidade. Na terça-feira, a menina retornou da creche com um penteado diferente, com o cabelo trançado, mas a mãe não desconfiou. Porém, após desmanchar a trança, houve o impacto: o cabelo cortado cerca de dois palmos e não foi feito de maneira uniforme.

Quando questionou sobre quem teria feito isso, a criança relatou que foi a "pro nova". A mãe procurou primeiramente a unidade escolar para relatar o caso, assim como a Secretaria Municipal de Educação, porém foi informada que não daria em nada, pois apenas era um cabelo. Assim, ela registrou um boletim de ocorrência de lesão corporal dolosa.

"Eu saí de lá sem saber o que fazer. No meu entendimento, aconteceu um corte de cabelo numa criança que não pode se comunicar bem, que não tem uma comunicação ativa, que já tem uma deficiência, que já tem um problema porque ela tem um apelo emocional muito grande no cabelo. A minha filha não quer pentear o cabelo, porque ela falou que o cabelo era de princesa, agora ela não quer pentear o cabelo, não quer ir para a escola, não quer nada", desabafou a mãe.

A reportagem tentou contato com o secretário de Educação de Ribas, mas as ligações não foram atendidas. O espaço segue aberto para futuras manifestações dos envolvidos.