A indígena, Ruthe Luiz Mendes, e o bebê, de 32 semanas, morreram horas depois de darem entrada no Hospital Regional de Aquidauana.
Para o marido, a falta de um operador de ultrassonografia causou a morte da esposa e do filho.
Conforme a denúncia, feita por meio das redes sociais, o caso ocorreu na noite do dia 12 de março. O viúvo lembra que, por volta das 20h, a esposa teve um pequeno sangramento e foram para o hospital.
Ainda segundo o relato, o casal foi levado para a maternidade da unidade, onde o coração do feto foi ouvido e constatado que os batimentos cardíacos estavam fracos. O desabafo do pai diz que, diante da situação, era preciso fazer uma ultrassonografia.
‘’... não havia ninguém, nenhuma pessoa que manuseasse a máquina. Pediram para a gente aguardar e iriam nos encaminhar para Campo Grande’’, denunciou. Ele acrescenta que a vaga de emergência na Capital saiu, mas, como o bebê não tinha batimentos, a médica só poderia liberar os pacientes se ouvisse a frequência cardíaca ou tivesse um exame de imagem que mostrasse que o bebê estava bem.
‘’... porém, não havia ninguém par tirar o ultrassom’’, ressalta o esposo.
‘’... o bendito, abençoado e importante cara do ultrassom foi no hospital às 9 horas de sábado... ‘’, continua o viúvo. O exame apontou necessidade de cesárea urgente, sendo que o médico teria informado ao pai que o bebê morreu na noite anterior, porque rompeu o cordão umbilical da placenta e caiu sangue, criando um coágulo.
‘’Se tivessem feito o ultrassom na hora certa, no momento certo, comprovariam que o bebê estava respirando... e fariam a cesárea às 22h de sexta, salvando duas vidas indígenas’’, refletiu o denunciante.
Em todo o relato, o pai dá conta que as mortes de mãe e filho têm o componente do desprezo às vidas indígenas.
‘’Mas, como o cara do ultrassom não pode ir à noite, não tem, ou simplesmente que se dane vida da indígena Ruthe e do seu bebê, não fizeram. Apenas esperaram e pronto. Quero justiça, quero resposta’’, lamentou novamente.
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