Publicado em 23/01/2025 às 07:23, Atualizado em 23/01/2025 às 11:33

Rota Bioceânica: o novo corredor que conectará Atlântico e Pacífico e revolucionará o comércio sul-americano

Projeto estratégico atravessa Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, ligando os oceanos e impulsionando o desenvolvimento regional.

Redação,
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Foto: Greice Batista

Sidrolândia é ponto de passagem Rota Bioceânica para o estado de Mato Grosso do Sul.

A Rota Bioceânica, um dos mais ambiciosos projetos de integração sul-americana, está em fase de implementação e promete transformar o comércio internacional ao conectar o oceano Atlântico, no Brasil, ao oceano Pacífico, no Chile. Composta por um corredor rodoviário que atravessa quatro países – Brasil, Paraguai, Argentina e Chile –, a rota visa reduzir custos, agilizar o transporte de mercadorias e impulsionar o desenvolvimento das regiões por onde passa.

O trajeto da Rota Bioceânica

A rota começa em Campo Grande (MS), no Brasil, e segue por diversas cidades do Mato Grosso do Sul, como Sidrolândia, Nioaque, Jardim e Porto Murtinho, onde está sendo construída uma ponte sobre o rio Paraguai. Essa ponte será a principal conexão entre o Brasil e o Paraguai, marcando o início do trajeto em território paraguaio.

No Paraguai, o trajeto inclui cidades estratégicas como Carmelo Peralta, no Chaco, e Mariscal Estigarribia, um importante ponto de passagem na região central. A rota cruza ainda a fronteira com a Argentina, passando por Pozo Hondo e Misión La Paz, e segue por cidades como Tartagal, Jujuy e Salta, até chegar ao Chile.

No território chileno, a rota corta o deserto de Atacama, passando por San Pedro de Atacama, com destino final em Antofagasta, uma cidade portuária no Pacífico que servirá como ponto de escoamento para mercados asiáticos e europeus.

Objetivos e benefícios

O principal objetivo da Rota Bioceânica é fortalecer a integração regional e oferecer uma alternativa logística eficiente para o comércio internacional. Hoje, o transporte de mercadorias entre a América do Sul e a Ásia depende do trajeto marítimo pelo Canal do Panamá, que é mais longo e caro. Com a nova rota, o tempo de transporte será reduzido, tornando os produtos sul-americanos mais competitivos no mercado global.

Entre os benefícios, destacam-se:

Redução de custos logísticos: Empresas brasileiras e sul-americanas poderão exportar produtos a um custo mais baixo.

Desenvolvimento regional: As cidades ao longo do trajeto devem se beneficiar com investimentos em infraestrutura, turismo e geração de empregos.

Maior integração sul-americana: O projeto estreita laços comerciais e culturais entre os países envolvidos.

Impacto no Brasil

No Brasil, o Mato Grosso do Sul será um dos maiores beneficiados pela Rota Bioceânica. Cidades como Porto Murtinho, que já tem um porto fluvial estratégico, se consolidarão como importantes hubs logísticos. O agronegócio brasileiro, em especial, terá acesso mais direto a mercados asiáticos, reduzindo o tempo de transporte e aumentando sua competitividade.

Além disso, a construção da ponte entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta é um marco simbólico e funcional para o projeto, conectando os dois países e viabilizando a integração logística.

Conclusão

A Rota Bioceânica não é apenas um projeto de transporte; ela representa um novo capítulo na história da integração sul-americana. Ao conectar o Atlântico ao Pacífico, a rota impulsionará o comércio, fomentará o desenvolvimento econômico e aproximará países e culturas. Quando concluída, ela consolidará a América do Sul como um eixo estratégico no comércio global, beneficiando milhões de pessoas ao longo de seu trajeto.