Há uma semana a Polícia Federal encaminhou para o Supremo Tribunal Federal (STF) cerca de 20 anexos, que fazem parte de um novo conteúdo do acordo de deleção premiada do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Um desses capítulos diz respeito ao ministro Dias Toffoli e foi remetido, pelo STF, para o Procurador-Geral da República Augusto Aras analisar. Em depoimento aos delegados da PF, Cabral relatou que o escritório da advogada Roberta Rangel, mulher do ministro Toffoli, teria recebido R$ 4 milhões para favorecer dois prefeitos do Rio – de Volta Redonda e de Bom Jesus de Itabapoana – que tinham processos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quando Toffoli era ministro da Corte.
Toffoli foi ministro do TSE de 2012 a 2016. Por meio da assessoria do STF, Toffoli afirmou “não ter conhecimento dos fatos mencionados e disse que jamais recebeu os supostos valores ilegais.”. Também por meio de nota, o ministro informou refutar a “possibilidade de ter atuado para favorecer qualquer pessoa no exercício de suas funções.”
Os pagamentos, segundo Cabral, aconteceram entre 2014 e 2015. Na época Antônio Francisco Neto, atual prefeito de Volta Redonda, já comandava o município. E Branca Motta era prefeita de Bom Jesus de Itabapoana. A CNN entrou em contato com o prefeito Antônio Francisco e com os advogados da ex-prefeita Branca Motta e não obteve resposta.
A CNN apurou que neste novo conteúdo da delação de Cabral, o ex-governador menciona o Judiciário, incluindo Cortes superiores e o Tribunal de Contas da União, e políticos do Rio de Janeiro.
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