Nesta quarta-feira, 16 de agosto, os postos de combustíveis começaram a repassar para os consumidores o reajuste nos preços da gasolina e do diesel anunciado pela Petrobras no dia anterior. O aumento na gasolina é de 26%, o equivalente a R$ 0,41 por litro, e no diesel é de 25,8%, ou seja, R$ 0,78 por litro. Esse reajuste deve ter impactos na inflação, que vinha apresentando queda. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reconheceu que a alta deve contribuir para um aumento de cerca de 0,40 ponto percentual no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) entre agosto e setembro.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defendeu o reajuste, considerando-o "justo". Ele destacou que a política de preços da empresa está sendo eficaz para lidar com a volatilidade dos preços do petróleo e do diesel. Prates também afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não interferiu na decisão, refutando especulações sobre influências políticas. Ele enfatizou a confiança de Lula na gestão da Petrobras.
A direção da Petrobras tem sido criticada por adiar o repasse dos aumentos de custos de compra de petróleo para os preços domésticos. Em maio, a empresa abandonou o antigo modelo de Preço de Paridade de Importação (PPI), que acompanhava as variações internacionais. A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) apontou que, mesmo com o reajuste, os preços ainda estão defasados em relação aos valores internacionais.
Bancos como o Itaú Unibanco revisaram suas estimativas para a inflação no final do ano, aumentando de 4,9% para 5,1%. O reajuste na gasolina é esperado para contribuir com um acréscimo de 0,32 ponto percentual, enquanto o aumento no diesel deve ter um impacto adicional de 0,02 ponto percentual. Outras instituições, como a Warren Rena, também revisaram suas projeções, passando de 4,6% para 5%.
O reajuste nos preços dos combustíveis reflete a complexa dinâmica entre a política de preços da Petrobras, a volatilidade dos mercados internacionais de petróleo e o impacto na economia doméstica, afetando diretamente a inflação e o poder de compra dos consumidores.
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