Publicado em 26/09/2014 às 15:46, Atualizado em 26/10/2016 às 10:37
Sindicatos dos empregados em agências bancárias de Dourados, Três Lagoas, Campo Grande e outros 27 municípios das regiões leste e oeste de Mato Grosso do Sul ameaçam fazer greve a partir da próxima terça-feira (30). Após a decisão na noite nesta quinta-feira (25), a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) solicitou reunião com o Comando Nacional Dos Bancários.
Os sindicalistas confirmam o encontro, mas não descartam a greve caso os bancos neguem reajuste de 12,5% nos salários, piso salarial de R$ 2.979,25 e aumento maior para os vales refeição, alimentação e auxílio-creche/babá; que estão entre os 20 itens da reivindicação.
O Sindicato dos Bancários de Campo Grande e Região (Sindicário) não confirma o fechamento de todos os bancos, pois a decisão é dos funcionários, mas faz um alerta a população para que procure fazer transações antes da terça-feira ou em casas lotéricas.
A categoria decreta a greve e como é um exercício livre de direito todos os bancários estão amparados na lei de greve e tem direito de exercer, mas não tem definido quem vai ou não entrar em greve. Geralmente no primeiro dia de paralisação o movimento começa menor, depois vão fechando mais agências, mais trabalhadores vão parando, explica o diretor de relações sindicais do Sindicário, Benício Pererira Faustino.
Segundo Benício, há mais de 100 agências em Campo Grande e é possível que muitas fechem totalmente, disponibilizando apenas os serviços de caixa eletrônico. O sindicalista admite que a greve deve prejudicar os bancos e a população e explica que isso é necessário para chamar atenção das instituições bancárias. Eu costumo dizer que a greve é prejuízo tanto para trabalhadores, quanto clientes, ainda mais começo de mês que tem pagamento de aposentadoria e programas sociais. Mas, infelizmente, o objetivo é justamente impor prejuízo, porque não havendo essa pressão a empresa não tem interesse em acatar as reivindicações, argumenta.
A última greve, que abrangeu as agências do Estado, começou no dia 23 setembro e durou 23 dias. Benício lembra que o acordo coletivo venceu em 31 de agosto e a pauta com as reivindicações foi entregue pelos sindicatos da categoria no dia 11 de agosto. De lá para cá, já houve varias rodadas de negociação, mas não teve acordo ainda, conta o sindicalista.
De acordo com Benício, a decisão de greve do sindicato vale para municípios do norte e leste do Estado, tais como Ribas do Rio Pardo, Camapuã, Costa Rica e Pedro Gomes; além de Sidrolândia, Nioaque, Guia Lopes da Laguna, Jardim, Bonito, Bodoquena, Miranda, Anastácio, entre outros.
Em Três Lagoas, a previsão é que as 9 agências fechem, segundo o Sindicato dos Empregados em Estabelecimento Bancários em Três Lagoas e Região (Seebetl). Normalmente, quando tem greve fecham todos os bancos. Compromete o serviço à população, não tem como. O que a gente orienta é tentar antecipar, afirma a presidente da entidade Thelma Regina Gomes Rocha Canisso, ao lembrar que a negociação está aberta e é possível que não haja greve se os bancos fizerem propostas razoáveis.