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Redução na gasolina pode chegar a R$ 1,15 por litro, dizem economistas

Rio de Janeiro seria o estado com maior redução no preço do combustível por litro; em São Paulo, queda seria de R$ 0,48 por litro

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Divulgação

Com valor médio de R$ 7,29 no país, segundo dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), economistas ouvidos pela CNN calculam a quanto poderia chegar a redução nos preços da gasolina, caso vire lei o teto para a cobrança de ICMS nos combustíveis.

O ex-secretário estadual de Fazenda do Rio, Luiz Claudio Carvalho, e o diretor do Instituto Combustível Legal, Carlo Faccio, apontaram que a queda no Rio de Janeiro e em São Paulo, por exemplo, poderia chegar, respectivamente, a R$ 1,15 e R$ 0,48 por litro. Nestes estados, a média da gasolina é R$ 7,80 e R$ 6,90, respectivamente.

Hoje, quem mora no Rio paga 34% de ICMS sobre a gasolina; já quem vive em São Paulo, 25%. O projeto que limita a alíquota do imposto foi aprovado pela Câmara dos Deputados e será examinado pelo Senado.

Pela proposta, a estimativa é que o teto seja o ICMS modal, uma espécie de alíquota padrão para bens e serviços. Em alguns estados, como RJ e SP, o ICMS modal é de 18%, logo, o novo teto para combustíveis seria 18%.

Por isso, explica o economista Luiz Claudio Carvalho, não é correto taxar que o limite estabelecido para todos os estados será de 17%.

Apesar da alíquota proposta pelo projeto ser menor, o ex-secretário avaliou que não há, porém, qualquer garantia de que a eventual redução tributária venha a ser integralmente repassada ao consumidor pelos distribuidores e postos de combustíveis. De acordo com ele, um desconto proporcional a uma diminuição de impostos não costuma ocorrer no Brasil.

Carvalho frisou que o congelamento, em novembro, do ICMS dos combustíveis – decisão tomada pelos estados – já diminuiu a arrecadação com o imposto, o que se reflete no PMPF (Preço médio ponderado ao consumidor final) que, no caso do Rio de Janeiro, está em R$ 6,785 – nas bombas do estado, o preço médio é de R$ 7,80.

Segundo o ex-secretário, o congelamento voluntário do imposto faz com que o Rio de Janeiro receba, hoje, menos R$ 0,34 em ICMS por litro de gasolina.

O economista e especialista em contas públicas Murilo Viana também concorda que, embora seja possível calcular de quanto seria a redução, não é possível afirmar qual seria, exatamente, o valor do litro da gasolina vendido aos consumidores pelos postos de combustíveis.

“Hoje, o preço de referência de combustível está congelado desde novembro. Esse preço de novembro está totalmente defasado em relação ao preço de hoje. Se levar em frente essa aplicação das alíquotas, existe probabilidade de os estados liberarem o preço de referência.

Ou seja, diminuir a alíquota. Se os estados liberaram isso, vai aumentar a base que incidirá sobre os 17% ou 18%, o que vai diminuir a arrecadação. Sendo assim, não dá para ter certeza de que haverá essa redução no valor dos combustíveis”, explicou.

Segundo ele, apesar de ser possível afirmar que os preços da gasolina cairão com a lei do teto para cobrança do ICMS, ele não acredita que o valor terá redução drástica. Viana diz que o “fator ICMS” não é o que está fazendo o preço dos combustíveis subir, mas sim a “variação do câmbio, o preço internacional do petróleo e mais a política do preço de paridade de importação (PPI)”.

As estimativas passadas pelo ex-secretário estadual de Fazenda do Rio são as mesmas apontadas pelo Instituto Combustível Legal. Segundo o levantamento do órgão, R$ 1,15 a menos na gasolina no Rio de Janeiro seria a maior redução no país. Depois aparecem os estados de Minas Gerais (- R$ 0,94 no preço da gasolina), Piauí (- R$ 0,91), Rio Grande do Sul (- R$ 0,86) e Goiás (- R$ 0,85).

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