Foram apenas duas derrotas no ano, mas não foram quaisquer derrotas. Em três jogos "grandes" em que escalou sua força máxima diante de sua torcida no Maracanã, o Rubro-Negro só ganhou da LDU, do Equador. Quarenta e oito dias depois da derrota por 1 a 0 para o Fluminense na semifinal da Taça Guanabara, os comandados de Abel Braga voltaram a perder na última quarta-feira, e pelo mesmo placar: desta vez para o Peñarol, do Uruguai (veja os lances no e viram escapar a liderança do Grupo D na Libertadores.
Foi a pior atuação do Flamengo considerado titular em 2019. Vontade não faltou para os jogadores, isso é nítido, mas a parte técnica ficou devendo. E muito. Sabe aquele jargão do futebol, de que se não dá na técnica vai na raça? Nem sempre é assim. Quando dá "empate" na disposição, é a qualidade, individual e coletiva, que faz a diferença. Mas peças-chave, como Diego, Everton Ribeiro e Bruno Henrique, por exemplo, estiveram irreconhecíveis diante dos uruguaios. A ponto de Abel arriscar uma formação nunca antes usada, com Vitinho, Gabigol e Bruno de centroavante. Em vão.
A torcida ficou mal acostumada com as atuações nestes primeiros meses do ano. O Flamengo vinha criando muito. Perdia muitos gols, é verdade, mas fazia outros e deixava o saldo sempre positivo. Mas contra o Peñarol, o goleiro Dawson nem sujou a roupa. O time não conseguiu furar a forte marcação e só teve uma chance clara de gol em uma bola parada no fim do primeiro tempo, que Gabigol raspou de cabeça, e Bruno Henrique quase pegou o rebote – sem considerar o chute cruzado de Gabigol, pois não tinha ângulo –, enquanto os uruguaios tiveram quatro oportunidades.
Para piorar, o time caiu na pilha uruguaia e ficou nervoso. Era aquele famoso "jogo de paciência", mas o pavio rubro-negro foi encurtando com o passar do tempo ao ver que não conseguia jogar. E não demorou para alguns jogadores perderem a cabeça: Gabigol foi expulso por carrinho forte em Rojo, enquanto Cuéllar também deveria ter sido por agressão a Núñez. O Flamengo precisa aprender a manter a calma, seja por cera em tiros de meta; revezamento de faltas; provocação com encaradas ou xingamentos ao pé do ouvido... Tudo isso é Libertadores.
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