A carta de uma mãe anônima informando sobre supostas condutas libidinosas e lembrando fatos passados que envolveriam o vereador de Nova Alvorada do Sul, Paulo Roberto de Oliveira, o Paulo Puff (PT), iniciou uma investigação em abril deste ano. Fontes policiais, no entanto, suspeitam que o vazamento de informações teria prejudicado o andamento dos trabalhos.
O inquérito foi instaurado a partir de denúncia feita para a Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública). No primeiro depoimento o vereador alegou ser inocente. Entretanto, em 2009, Paulo Roberto já esteve envolvido em acusação sobre o mesmo crime, mas acabou absolvido.
No entanto, nesta investigação, objetos que eram alvo da operação policial, como computadores e máquina fotográfica, foram furtados. O furto fez desaparecerem apenas objetos eletrônicos de armazenamento de imagens. Depois, o MPE retira o pedido porque na mesma peça ele diz que objetos dele foram furtados e o pedido acaba sendo indeferido porque não tem mais o que analisar.
O inquérito foi aberto pelo delegado Christian Duarte Mollinedo, de Nova Alvorada, após o encaminhamento da carta de anônima que chegou ao conhecimento da Sejusp. O caso corre em segredo de justiça e o mandado de busca e apreensão de supostos materiais pornográficos foi indeferido, já que os objetos foram furtados.
Paulo Roberto prestou depoimento na Delegacia de Polícia Civil de Nova Alvorada do Sul na última segunda-feira (11) e alegou ser inocente. Mesmo assim, o delegado acionou a Justiça para obter a quebra de sigilo telefônico do parlamentar e descobrir quem vazou a informação e a consequente perda de provas.
No início de abril um boletim de ocorrência foi registrado contra o vereador, nele dois artigos do Código Penal foram incluídos:
Art. 241 D - aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso e Art. 218 B - submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone:
Na carta, a denunciante relata que o palarmentar estaria usando seu cargo político para aliciar e corrompendo menores por meio de pagamentos e presentes. Ela cita ainda fatos que o correram em 1999, quando Paulo Puffy era professor de uma escola de Jateí e teria abusado de duas adolescentes dentro da sala de aula. Na época ele as coagiu alterando a nota da prova e ameaçando de morte caso o relatassem.
Agora, o inquérito visa saber se houve novos casos de abuso sexual.
Em sua página em uma rede social o palarmentar deixa a entender que o furto é parte de uma armação contra ele. E AS ARMAÇÕES CONTINUAM PARA ME PREJUDICAR, escreve. Preso por porte ilegal de arma de fogo em fato anterior, ao sair da Câmara, ele garante que não tinha conhecimento de como o revólver teria chegado dentro do veículo dele e afirma que teria sido plantada.
Em paralelo a esse fato, vereadores de Campo Grande também foram denunciados por cometeram crimes sexuais envolvendo adolescente. Entre eles estão, o ex-vereador e advogado Robson Martins, o ex-vereador Alceu Bueno (sem partido, ex-PSL), o ex-deputado estadual Sérgio Assis (sem partido, ex-PSB), além do empresário Luciano Pageu e Fabiano Viana Otero.
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