Publicado em 02/06/2015 às 13:15, Atualizado em 26/10/2016 às 12:12
Empregada doméstica, dona da cadelinha Vitória, prestou depoimento ao titular da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e Proteção ao Turista (Decat), Wilton Vilas Boas, e relatou que abandonou o animal porque não tinha mil reais para pagar o tratamento da cachorrinha que havia sido atropelada.
O delegado explicou que a versão apresentada pela mulher de que o animal foi atropelado realmente foi confirmada. Todavia, outras declarações prestadas por ela divergem com as informações apuradas por investigadores.
De acordo com a mulher, depois do acidente, ela levou a cachorrinha até uma clínica veterinária, porém, o tratamento do animal teria sido orçado em mil reais. Ela disse ainda que, sem dinheiro e desesperada, abandonou o animal em um terreno baldio.
Com essa versão já ficou constatado o crime de maus-tratos, garantiu o delegado Wilton Vilas Boas.
CONTRADIÇÃOAinda de acordo com a autoridade policial, algumas informações declaradas pela empregada doméstica não coincidem com o que está sendo apurado durante a investigação da Decat.
Na delegacia, a mulher disse que não conhecia os quatro adolescentes acusados de torturar a cachorrinha Vitória e assumiu ser a única responsável pelos maus-tratos do animal. Todavia, a polícia tem a informação de que ela conhece os menores.
O próximo passo, segundo o delegado, será descobrir se a doméstica entregou a cadelinha para que os adolescentes a sacrificasse ou se ela indicou aos menores o local onde havia abandonado o animal.
A pena para o crime ambiental de maus-tratos varia de três meses a 1 ano.
Equipe da Delegacia Especializada no Atendimento à Infância e à Juventude (Deaij) também ajuda a esclarecer o caso.
O CASOVítima da crueldade humana, a história da cachorrinha batizada de Vitória comoveu pessoas, protetores de animais e veterinários. A vira-lata de três meses está lutando pela vida depois de ter metade da pele do corpo arrancada com uma faca, as patas traseiras quebradas e sido espancada por quatro pessoas na tarde do último sábado (30), na Rua da Beira Mar, Bairro Coophavilla II, em Campo Grande.
Para a protetora de animais, Simona Zaim, que fez o resgate da cadela, a cena foi chocante. Nunca tinha visto algo assim aqui. Os órgãos dela estavam para fora. Os gritos dela não saem da minha cabeça, desabafou.