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Mãe de brasileiras mortas no Japão embarca para SP em busca de visto

Filhas dela foram encontradas mortas em apartamento perto de Tóquio.Mãe tenta visto emergencial para buscar netas e urna com cinzas das filhas.

(Foto: Reprodução TV Morena)

A mãe das duas brasileiras encontradas mortas no Japão embarcou em Campo Grande rumo a São Paulo nesta sexta-feira (8), onde pedirá um visto emergencial para o país asiático. Maria Aparecida Amarilha Scardin quer buscar as netas de 3 e 5 anos, filhas de Akemy Maruyama, 27 anos, achada morta em um apartamento junto com a irmã, Michelle Maruyama, 29 anos.

O suspeito dos assassinatos é um peruano, ex-marido de Akemy, que está preso. O crime aconteceu na cidade de Handa, perto de Tóquio.

Maria Aparecida ganhou as passagens aéreas de pessoas que se comoveram com a situação, já que ela não teria condições financeiras.

Antes do embarque, a diarista de despediu dos amigos e da neta de 12 anos, Nicole Yume, também filha de Akemy. A garota mora em Campo Grande com o pai desde que foi trazida do Japão, após sofrer maus-tratos do suspeito de matar as irmãs brasileiras.

Em São Paulo, Maria Aparecida vai dar entrada no visto de emergência no Consulado Japonês e só no domingo deve viajar para o país asiático. Ela disse que precisou pagar pela certidão de óbito das filhas para dar entrada no pedido.

Segundo a assessoria do Consulado do Japão no Brasil, é necessária a apresentação de algum documento que comprove o caráter emergencial para o pedido de visto. Este documento poderá ser um Atestado de Internação do Hospital ou uma Certidão de Óbito, disse em nota.

Quando estiver no Japão, a mãe das vítimas terá três meses, tempo de validade do visto, para resolver as pendências antes de voltar ao Brasil. Além de buscar as netas que estão em um abrigo, ela também quer cremar os corpos das filhas e trazer as cinzas para o Brasil, mas ainda não tem dinheiro para a cremação, que custa cerca de 300 mil iens, segundo ela.

Minhas filhas nasceram aqui, quero enterrar as cinzas delas aqui também, elas são sul-mato-grossenses e eu tenho fé de que vou conseguir isso. É o que mais quero depois de conseguir a guarda das minhas netas, contou.

AlertaEm entrevista ao G1, Maria disse que tinha três filhos e que o outro morreu há seis anos. Ela também contou que gostaria que o momento de dor servisse de alerta para outras mulheres vítimas de violência dos companheiros.

Que não existam outras Akemys, que outras Marias não chorem. Gostaria que a minha dor servisse de exemplo, alerta, para outras mulheres não passarem por isso. Não é só violência física, estou falando de qualquer violência.

AgressivoMaria Aparecida lembrou que o peruano tinha comportamento agressivo e chegou a agredir outra neta em 2014, filha de Akemy. A criança, na época, com 9 anos, foi tirada da guarda da mãe e levada para o abrigo até ser trazida pela avó para o Brasil, onde hoje mora com o pai.

A mãe de Akemi diz que a filha foi casada seis anos com o peruano, mas estava separada havia três meses. Ela também contou que o ex-companheiro fazia ameaças, mas a filha não acreditava que ele seria capaz de cumpri-las.

Governo brasileiroO Consulado Geral do Brasil em Nagoia informou que acompanha o caso. Segundo o consulado, a família está recebendo apoio. O Ministério de Relações Exteriores informou que, por questões de privacidade da família, não pode dar mais informações.

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