Publicado em 29/10/2013 às 14:56, Atualizado em 26/10/2016 às 08:29

 Mulher em coma há dois meses dá à luz a bebê prematuro

 Bebê nasceu durante o 7º mês de gravidez durante coma da mãe em Campinas

, G1
(Foto: Reprodução / EPTV)

 Grávida de cinco meses, a enfermeira Aline Piton, de 32 anos, sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico enquanto trabalhava no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism) do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em Campinas (SP), e entrou em coma. Caso raro na medicina, ela deu à luz ao menino Guilherme após dois meses internada. O bebê já tem um mês de vida e a mãe ainda permanece em tratamento, mas sem ter recuperado a consciência.

Em todo instante eu penso que quero ver minha esposa abrançando nosso filho. No dia a dia, esse desejo é maior que tudo, afirma o marido e pai da criança, Daniel Piton. Representante comercial, ele conseguiu a licença maternidade para cuidar do filho durante os primeiros meses de vida.

Segundo ele, a mulher mantinha hábitos saudáveis e estava de plantão no dia 21 de julho quando sofreu o AVC hemorrágico, motivado pela combinação de uma má formação arterovenosa que ela desconhecia e a brusca mudança de hormônios desencadeada pela gravidez. Ela foi atendida de imediato, tudo aconteceu para salvar a vida dela. Ela estava do lado da sala de UTI e os médicos e enfermeiros amigos dela que a socorreram, conta Piton. A decisão dos médicos foi a manutenção da gravidez e, após dois meses em coma, Guilherme nasceu. No 7º mês, já estava propício para ele nascer sem correr riscos, conta o pai. Aline permanece internada em coma e Piton tem no filho o estímulo para não perder as esperanças. Eu estou cuidando dele e ele está servindo de estímulo para todo mundo. Não tem como chegar perto dele e não abrir um sorriso, conta o pai.

O sonho maior dela era ser mãe, relembra a irmã de Daniel Piton, Niceli Marini. Segundo ela, o irmão não mede esforços para que Aline acorde e fique junto do filho. Tudo que ele acha que pode ajudá-la a recobrar a consciência, ele faz. A gente fala que cada dia a mais é um dia a menos para ela retornar, afirma ela.

A tia de Guilherme se diz orgulhosa do irmão que dá toda atenção necessária ao filho. Hoje em dia, qual pai, qual marido faz o que ele está fazendo? De repente, você vê alguém que acabou de casar, passa por esse problema todo e está com a esposa, diz Niceli.