Publicado em 17/03/2014 às 08:19, Atualizado em 26/10/2016 às 09:14

Projeto de escola incentiva alunos com criação de empresa fictícia e leva a solidariedade

,

Inovação e cidadania, as duas palavras resumem bem o que uma escola de Campo Grande tem feito para além de educar, transformar seus alunos. Com uma proposta simples, o Cebrac (Centro Brasileiro de Cursos) propôs aos alunos que criassem uma empresa fictícia, onde as mercadorias são os materiais recicláveis que cada grupo/empresa consegue arrecadar. Com os ‘produtos’ em mãos, eles vendem, juntam o dinheiro e compram cadeiras de rodas para pessoas e instituições carentes.

O projeto funciona como uma gincana. São várias ‘empresas’ competindo entre si. Pedagoga na instituição, Josiene Cristina Becker, de 34 anos, explica que os alunos do curso de assistente administrativo montam a empresa e aprendem todas as rotinas de uma organização, desde o que fazer para abrir o negócio, que documentos precisam, o que é RH, até as questões administrativas.

Empresa montada, eles passam a competir entre si para mostrar o que aprenderam. Denominado campanha Eco Cebrac, o projeto, na verdade consiste em três etapas: Cadeira Solidária, Eco Pedágio e Eco Brinquedos. Na primeira etapa, que vai até março, os alunos têm como proposta juntar latinhas de alumínio e vendê-las para a compra das cadeiras de rodas.

Na segunda etapa que vai até junho, a proposta é realizar um pedágio ecológico. Nas ruas e avenidas próximas a escolas. Aqui os alunos vão entregar um informativo juntamente com sementes e mudas de arvores para conscientizarem as pessoas da importância do ecossistema em nosso planeta.

Já a terceira etapa consiste em juntar tanto latinhas como pets, e outros materiais recicláveis e transformá-los em brinquedos que serão doados a instituições que abrigam crianças em situações de exclusão.

Josiena destaca que, entre tantas questões, o ponto principal das três etapas é que os alunos montem a empresa já focados nas questões sociais e sustentáveis. Para ela, esta é a grande função educacional atualmente.

Estudante na instituição educacional, Haricson Luiz Bueno, de 14 anos, parece ter aprendido a lição. Ele conta que gostou do método usado na escola para aprender a rotina de uma empresa, mas que a questão sustentável foi a que mais lhe agradou. “Aprendi muito. Vejo como um modelo de cidadania a ser adotado. Hoje sei que além das rotinas normais da empresa, preciso dar destino certo ao material reciclado”, conta.

Ele lembra ainda que antes dos ensinamentos não se preocupava com o destino do lixo, o que mudou, não só para ele, como para toda a família. Já que tem buscado passar o ensinamento a todos.

Nathália Ricardo Martiniano, de16 anos, estudante, conta que aprendeu que nem tudo é lixo e que as pessoas devem dar destino certo ao material reciclável. “Pode ser reutilizado e até ajudar pessoas, como no projeto feito pela escola”, emenda.

O paraguaio Vicente Avalos, de 43 anos, diz que aprendeu muito e agora já até está famoso na Colônia Paraguaia por juntar as latinhas das festas que acontecem no local. “Separamos e entregamos aos catadores. Agora sei que dá para fazer muito mais, que dá para ser útil para o meio ambiente. Que dá para fazer muito com uma latinha”, reflete.