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Além do pai, mãe também é presa suspeita de agredir bebê em Ponta Grossa

Jovem de 21 anos foi presa na segunda-feira (26), no Paraná; menino de seis meses está internado em estado grave.

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Divulgação

A mãe do bebê internado sob suspeita de agressão foi presa na noite de segunda-feira (26) em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais do Paraná. O pai da criança também foi preso. Ambos devem ficar em celas isoladas por questão de segurança.

O filho dele, de seis meses, está internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais.

A mãe foi algemada pela polícia enquanto estava no hospital, por volta das 19h de segunda. Ela foi levada inicialmente para a sede do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria).

Depois, a mulher foi encaminhada para a carceragem provisória da 13ª Subdivisão Policial. Na manhã desta terça-feira (27), ela foi transferida para Cadeia Pública Hildebrando de Souza. A prisão é preventiva e sem prazo para ser revogada.

A delegada do Nucria, Ana Paula Cunha Carvalho, foi a responsável por pedir a prisão. A mãe tem 21 anos e é funcionária de um supermercado.

A delegada argumenta que ainda não tem certeza absoluta da participação da mãe no crime de tortura, mas afirma que a jovem confessou a prática de maus tratos e o abandono de incapaz.

Segundo Ana Paula, a mãe também deve ser responsabilizada por omissão - porque via o bebê sofrer e não tinha atitude contra o marido, que seria o suspeito de torturar a criança.

"Ela deixava o bebê descuidado. Ele chegava a ficar trancado no carro por volta de 40 minutos. Ela ainda contou que deixou o bebê cair do colo duas ou três vezes. Ela sabia das agressões que o marido cometia", afirma Ana Paula.

A juíza Alessandra Pimentel Munhoz do Amaral foi quem decretou a prisão preventiva. O mandado de prisão foi cumprido no início da noite.

"O indiciamento por esses crimes ocorre só ao final das investigações. Eu vou continuar colhendo provas para entregar o inquérito ao Ministério Público", reforça a delegada.

Ana Paula informou também que deve ouvir novamente o pai da criança nesta semana. O homem de 25 anos foi preso em flagrante na quinta-feira (22) e teve a prisão preventiva decretada por suspeita de prática de tortura contra o bebê.

O depoimento deve ocorrer na Cadeia Pública Hildebrando de Souza, onde ele está preso. "Quero confrontar com a versão apresentada pela mãe com a dele", disse a delegada.

Segundo a chefe do Nucria, os pais da criança compareceram a todos os depoimentos sem advogado.

Outros depoimentos

A delegada também já ouviu quatro vizinhos do casal, dois médicos e a mãe da suspeita.

Ela ainda deve ouvir mais duas médicas: uma da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Santa Paula, onde a criança deu entrada, e outra do Hospital Municipal Getúlio Vargas, de onde partiu a denúncia das agressões.

Outras informações estão sendo buscadas no Conselho Tutelar de Telêmaco Borba, também nos Campos Gerais. "Estou tentando esclarecer o que houve quando o bebê, aos três meses de vida, teve fratura de fêmur e foi atendido naquela cidade", explica.

O casal suspeito de agredir o menino mora há menos de um mês em Ponta Grossa. De acordo com a delegada, eles viviam no bairro Nova Rússa. Ela trabalhava há uma semana em um supermercado e ele estava sem emprego.

Ainda segundo a chefe do Nucria, a avó do bebê contou que desaprovava o relacionamento da filha. Por conta disso, a jovem teria se afastado do convívio familiar e mudado de Telêmaco Borba para Ponta Grossa com o marido.

Quadro grave

O Hospital Universitário deve emitir, ainda nesta manhã, uma nota sobre a situação do bebê. A direção do hospital informou que o menino continua entubado e permanece inconsciente, mas a sedação foi retirada.

Na segunda-feira, ele passou por uma bateria de exames e deve passar por nova avaliação com um neurologista.

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Bebê de seis meses foi internado com várias fraturas no crânio; suspeita é a de agressão (Foto: Reprodução/RPC)

Entenda o caso

O bebê deu entrada no Hospital Municipal João Vargas de Oliveira na quinta passada. Ele já tinha sido atendido na noite anterior na UPA da cidade. Exames constataram múltiplas fraturas de crânio, hematoma no cérebro, fratura nas costelas e marca de mordida no braço.

A equipe do hospital acionou o Conselho Tutelar e o Nucria.

O menino foi transferido na mesma noite para a UTI pediátrica do Hospital Universitário, onde ainda permanece internado. No sábado (24), o quadro de saúde dele piorou.

Segundo o diretor técnico do hospital, Gilberto Baroni, o menino precisou ser entubado e sedado. Ele ficou em coma induzido até segunda (26) e pode ter sequelas. "Não estão definidos, mas há um risco de [o bebê] ficar com déficit visual, auditivo e cognitivo", disse Baroni.

No primeiro depoimento ao Nucria, o casal negou veementemente que tenha agredido a criança.

Em seguida, a mãe chegou a reconhecer que o pai era agressivo, mas que não havia presenciado nenhuma agressão dele contra o bebê.

O pai alegou que todas as fraturas e a mordida na bochecha eram decorrentes do uso de um equipamento de carro para bebês.

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