Publicado em 14/03/2014 às 21:11, Atualizado em 26/10/2016 às 09:13
O autônomo João Cedrão Rosa, 59 anos, foi morto a tiros por policiais militares, por volta das 11h de hoje (14), em um terreno baldio que fica no cruzamento das ruas Jorge Kalil Duailib e Miguel Seba, na Mata do Jacinto, em Campo Grande. Antes de ser atingido pelo disparos e morrer, João estava em surto psicótico e atirou contra os militares.
Conforme o filho da vítima, o agente comunitário desaúde Maylson Costa Rosa, 25, João tinha transtornos mentais e TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo). Na semana do Carnaval, as crises começaram a ficar mais intensas e os surtos mais frequentes.
No final da manhã de hoje, após mais uma dessas crises, a família de João decidiu chamar o Corpo de Bombeiros. Ele estava agressivo, gritava muito e dizia que ia embora. Queríamos que ele fosse levado ao hospital, contou a esposa dele, a dona de casa Fátima Souza Costa Rosa, 57.
Pelo fato de ele estar agressivo e ameaçar os familiares de morte, inclusive com uma arma, o Corpo de Bombeiros acionou a Polícia Militar para dar apoio à ocorrência. Ao perceber a presença dos militares, João, que morava em uma casa da Rua Afro Puga, pulou os muros do fundo e se escondeu em um terreno baldio com mato alto.
Dois policiais militares foram atrás dele, momento em que ocorreu o confronto e a morte do autônomo. Um dos policiais, que foi recebido por um tiro por João, contou que chegou tentando acalmar os ânimos. Pedi para ele soltar a arma e me identifique como policial. Nesse momento ele deu um tiro, disse o soldado de 27 anos que pediu para não ser identificado.
Depois que ele atirou, eu me abaixei e atirei de volta, explicou. O soldado contou que a técnica empregada na ação é conhecida como Double Tap, onde o policial efetua dois disparos de legitima defesa. Aprendemos na academia, pontuou.
Conforme o militar, a vítima foi alvo de quatro disparos, dois de cada policial. Entretanto, para a família, cada um deles atirou quatro vezes contra João. Eu pedi para o policial me deixar conversar com ele. Não precisava atirar. Se eu desse mais um passo, os dois tinham atirado em mim também, disse o filho da vítima.
Segundo Maylson, o confronto entre a polícia e o autônomo foi presenciado por ele e por uma vizinha. Os tiros foram a queima-roupa, afirmou o jovem.
Os bombeiros que estavam no local ainda tentaram socorrer a vítima, encaminhado ela para o Posto deSaúde Nova Bahia. No entanto, João morreu em decorrência dos ferimentos.