Publicado em 28/03/2017 às 16:16, Atualizado em 13/09/2024 às 19:35

Coração partido tem mais chances de sofrer infarto

A síndrome foi identificada pela primeira vez no Japão, nos anos 1990, e costuma atingir mulheres na faixa dos 50 anos, principalmente após a menopausa, de acordo com a Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro

24 Horas News,
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Divulgação

O dia seguinte à perda de um ente querido, uma forte emoção ou acontecimento que cause profunda tristeza é perigoso para o coração: as chances de infarto são 21 vezes mais altas. O risco diminui ao longo dos dias, mas ainda permanece seis vezes acima do normal na semana seguinte ao ocorrido, e pode durar até 30 dias. A condição é conhecida como Doença de Takotsubo, ou Síndrome do Coração Partido, que é o enfraquecimento muscular do coração e pode causar insuficiência cardíaca.

A síndrome foi identificada pela primeira vez no Japão, nos anos 1990, e costuma atingir mulheres na faixa dos 50 anos, principalmente após a menopausa, de acordo com a Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro. Pesquisas divulgadas pela American Heart Association mostram que apenas 10% dos casos são de pacientes do sexo masculino e que em 85% das vezes a síndrome tem início após um momento de alto estresse emocional ou físico.

Briga de casal e dissolução de relacionamento estão na lista das causas do problema. O amor por alguém atua no sistema de recompensa e motivação do cérebro, promovendo a elevação de dopamina, a molécula da felicidade, no organismo quando se está com essa pessoa, segundo estudo feito pelo Departamento de Antropologia da Rutgers University, em New Jersey, nos Estados Unidos. A rejeição e perda dessa pessoa provoca no cérebro a mesma reação que a dor física tem, de acordo com a Universidade de Michigan, nos EUA.

Casos em que a mulher morre pouco tempo depois de perder o parceiro podem estar relacionados à Síndrome do Coração Partido, descobriu uma pesquisa divulgada no Journal of Health Economics. A doença de Takotsubo é considerada rara, no entanto muitas vezes é subdiagnosticada, de acordo com um levantamento feito pela Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro.

A disfunção do ventrículo esquerdo é confundida com o infarto, já que apresenta sintomas parecidos, tais como dor no peito e falta de ar. No infarto, porém, há a obstrução das artérias, enquanto na Síndrome do Coração Partido não. Os tratamentos são completamente diferentes.

Tratamento

Ecocardiograma e ressonância magnética são exames essenciais para detectar a Síndrome do Coração Partido. Segundo orientalções da American Heart Society, o paciente deve permanecer em observação nas primeiras 24 horas, os sinais vitais precisam ser monitorados e exames de sangue são importantes para checar a quantidade de troponina, uma proteína liberada pelo músculo cardíaco lesionado.

Medicamentos que promovam a recuperação do músculo do coração podem ser usados no tratamento do paciente. Com diagnóstico em tempo e aplicação das medidas necessárias, a síndrome é reversível e a recuperação é geralmente rápida e completa, segundo a American Heart Society. A maioria dos pacientes voltam a apresentar contração normal do coração em até sete dias.