Janeclelia Gonçalves, auxiliar de limpeza, deixou Sidrolândia, há três anos, em busca de melhores condições de vida na capital, junto ao marido e filhos.
No entanto, sua esperança foi abalada recentemente quando recebeu uma intimação da 1ª Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos, emitida pela Prefeitura de Campo Grande, ordenando a desocupação da Favela dos Anjos, localizada no Parque do Lageado.
Ela e os demais moradores têm agora apenas 15 dias para abandonar o espaço, sob pena de multa diária de R$ 1 mil por dia.
"Aqui tem uns 300 moradores, eu estou com minha filha de oito anos e meu menino de seis. Estou desesperada, pois não tenho onde morar. Vim para cá tentar a vida, trabalhar e arrumei [moradia] nessa favela o lugar para morar, agora vão demolir e estou com medo. Não tenho para onde ir, não tenho família aqui", lamenta Janeclelia.
A situação expõe a difícil realidade enfrentada por muitas famílias de baixa renda que buscam abrigo em áreas periféricas e favelas urbanas, diante da escassez de políticas habitacionais e da especulação imobiliária que frequentemente resultam em despejos forçados.
Este é mais um capítulo na luta por moradia digna que assola não apenas Campo Grande, mas diversas cidades brasileiras, evidenciando a necessidade urgente de políticas públicas eficazes que garantam o direito fundamental à moradia para todos os cidadãos.
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