Publicado em 05/08/2016 às 14:31, Atualizado em 26/10/2016 às 15:41
O jornalista Arnaldo Duran contou como vive com a síndrome de Machado-Joseph, uma doença degenerativa hereditária que ataca o sistema nervoso, a mesma que vitimou o ator Guilherme Karan, no mês passado. Na Record há dez anos, depois de passagens por SBT e Globo, o repórter de 59 anos abriu seu coração a Gugu, no programa exibido quarta-feira (3).
Eu não tenho ainda os sintomas graves que o Karan tinha. Chorei muito na morte dele, confessa, dizendo como descobriu a doença, há pouco mais de um ano. Eu caí em casa, fiquei roxo e me levaram para o hospital. O médico desconfiou de eu cair tanto e falou com vários especialistas em neurologia, pedindo para eu ficar internado uma semana. Eu já sabia pelo histórico familiar, minha mãe, avó e tias, depois de uma certa idade, perderam a força nas pernas.
Duran diz como recebeu o diagnóstico. Chorei, não por mim, mas por não ter compreendido minha avó, mãe e tias. Até então eu achava que elas faziam isso para chamar a atenção, por necessidade de carinho.Passei uma noite sentado no sofá chorando, tinha muito medo do futuro, do sofrimento, de ficar entrevado, sem condição nenhuma de falar.
A família precisava saber. Eu não tinha coragem de contar para eles. Contei primeiro para a minha mulher, para os meus filhos Graciele e Arnaldinho foi mais difícil, mas eles precisavam saber que também estavam sujeitos.
Por enquanto ele sente diferença na fala. A minha voz muda com a emoção. Se fico emocionado, não sai o som, dá aquele nó na garganta e às vezes troco palavras. Então preciso me concentrar, não posso deixar que a emoção tome conta de mim. O que mais dói é pensarem que estou bêbado.
Apesar das futuras limitações, Duran não pensa em se entregar. Não tenho mais medo,tenho certeza que vou longe ainda. A vida segue normalmente, vou trabalhar até quando Deus quiser. Enquanto eu tiver capacidade de falar e não me arrastar, eu vou trabalhar, garante.