Publicado em 03/03/2022 às 14:34, Atualizado em 13/09/2024 às 19:44
Patrícia Silva Gomes, de 29 anos, realizou uma dinâmica com seus amigos e todos treinaram com uma bola presa à barriga. Artesão teve liberação do médico para realizar os exercícios.
Nem as 37ª semanas de gestação fez com que a artesão, Patrícia Silva Gomes, de 29 anos, deixasse de lado a rotina de treino em um crossfit de Campo Grande (MS). Dias antes do nascimento da segunda filha, a "crossfiteira" propôs uma aula diferente a seus colegas, e fez com que todos treinassem com uma bola de 7 kg presa à barriga, para que tivessem a experiência de como é praticar atividade física na reta final da gravidez.
"Eu mais me diverti do que treinei, foi muito engraçado. Minha turma sempre estava junta e combinamos que um dia todos eles iriam ver como era a sensação de treinar com a barriga enorme. Esperei a gestação toda por esse momento, todo mundo teve dificuldade e no final me elogiaram por continuar ativa”, relatou.
Patrícia estava grávida de 37ª semanas quando a atividade aconteceu. Nas imagens, é possível ver o grupo correndo, fazendo agachamentos e flexões de braço, enquanto estão com as bolas presas à cintura.
Casada há 8 anos, Patrícia colocou até mesmo o marido, Jorge Luiz Gomes da Silva, de 30 anos, para se movimentar, mostrando que são parceiros na vida e nas atividades. Segunda ela, foi o companheiro quem a motivou a começar o cross, depois do nascimento da primeira filha do casal.
Mariah 'crossfiteira'
Ao g1MS Patrícia relatou que no dia do parto foi treinar como de costume no período da manhã, e poucas horas depois deu à luz às 18h32. Mariah veio ao mundo com 39ª semanas, no dia 15 de fevereiro. A pequena crossfiteira nasceu com 2.840 kg e 47 cm.
“A bebê quase nasceu no cross, estava me preparando para o parto natural, mas tive que ir para a cesariana. A recuperação está sendo super tranquila”, relatou.
Gestação ativa
Praticante de crossfit há dois anos, a artesã fez questão de manter a rotina de exercícios físicos quando engravidou. Patrícia engordou 16 kg e teve que readequar, com ajuda dos médicos e do treinador, os exercícios para continuar praticando a modalidade de forma que não colocasse a gravidez em risco.
A artesã acredita que a rotina de exercícios que teve durante a gravidez ajudou-a a não ter alguns problemas como pressão alta, excesso de sono ou até mesmo enjoos.
“Faço crossfit há dois anos, mesmo com a gestação eu não parei. Tive uma gravidez super tranquila, notei que estava mais forte, até menos cansada do que a primeira gravidez, e não senti nem enjoo, algo que senti muito na minha primeira gestação. Meu médico autorizou e tinha acompanhamento dos professores, fiz alguns exercícios adaptados e correu tudo bem”.
“Falaram que eu estava doida”
Ao publicar em suas redes sociais a rotina de treino, alguns amigos e familiares se preocupavam. Patrícia conta que algumas pessoas falaram que ela estava colocando a gravidez em risco com os exercícios.
“Como eu não parei, falaram que eu estava doida. Alguns familiares e amigos ficaram super bravos, mas estava tudo bem. Não iria colocar minha filha em risco, algumas pessoas criticaram, outras elogiaram e vida que segue”, destacou.
Patrícia, conta que nunca sentiu nenhum mal estar ou enjoos durante os treinos e toda série de exercícios foi acompanhada de perto por profissionais. Para ela, os exercícios trouxeram maior qualidade para gravidez.
É seguro praticar atividade física na gravidez?
Algumas gestantes sentem medo de praticar exercícios, achando que podem colocar sua saúde ou a do bebê em risco. O profissional de educação física, Miguel Cavalcanti explica que prática diária está ligada a uma série de benefícios ao organismo humano e a saúde do bebê, associado ao acompanhamento médico.
“A atividade física é fundamental para que o indivíduo seja considerado saudável. A prática durante a gestação vai estar prevenindo doenças, mas também contribuindo para uma boa saúde mental, melhora no humor, e inúmeros outros benefícios que só a prática esportiva pode proporcionar. É indiscutível que há ganhos na disposição”, apontou o treinador.
O profissional reitera que, antes de mais nada, é necessário conversar com o médico para que ele libere a atividade física. “O acompanhamento é essencial para a segurança da mulher e do bebê”, esclareceu.