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Homicídios contra negros aumentam 20% em 10 anos no Amapá, aponta estudo

Atlas da Violência detalha que no estado são 44,8 negros assassinados a cada grupo de 100 mil. Crimes contra não negros e mulheres tiveram redução.

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: Arquivo/G1

Atlas da Violência 2017, divulgado na segunda-feira (5), revelou o panorama dos crimes violentos no Brasil, e apontou que no Amapá, a taxa de assassinatos de negros cresceu 20% entre 2005 e 2015, período analisado no estudo.

Atualmente são 44,8 negros mortos a cada grupo de 100 mil indivíduos, a 10ª taxa mais alta do país. Em 2005, a taxa de homicídios estava em 37,1 indivíduos. O contraste é ainda maior quando comparada a taxa de assassinatos contra não-negros, que caiu 51% no mesmo período.

O Atlas levantou dados de todos os estados do país e foi produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O levantamento apontou que no Brasil a cada 100 pessoas assassinadas, 71 são negras.

"Não apenas temos um triste legado histórico de discriminação pela cor da pele do indivíduo, mas, do ponto de vista da violência letal, temos uma ferida aberta que veio se agravando nos últimos anos", afirma o estudo.

O estado que teve a maior alta da taxa de homicídios de negros foi o Rio Grande do Norte, que registrou 331,8% de aumento, seguido por Sergipe, que teve 197,4% de aumento e Ceará, com 149,7% de aumento.

Jovens

As mortes de jovens também registraram aumento ao longo de 10 anos no Amapá, chegando a elevar 34,1% entre 2005 e 2015. O Atlas da Violência apontou que ao longo do período o ano mais violento foi 2015, com 165 mortes de indivíduos entre 15 e 29 anos de idade.

Mulheres

O feminicídio no Amapá apresentou aumento de casos ao longo de 10 anos, mas teve queda na taxa relacionando o número de mortes a cada 100 mil mulheres. O estudo mostra que entre 2005 e 2015 a taxa de assasinatos caiu -5,7%, e entre 2014 e 2015 a redução foi maior, de -12,2%.

"A ampliação e o aprimoramento da rede de atendimento à mulher são fundamentais não apenas para o melhor acompanhamento das vítimas, mas também pelo seu papel na prevenção da violência contra a mulher", destacou a publicação.

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