A estudante de 18 anos, Dâmilly Beatriz da Graça, de Blumenau (SC), morreu na segunda-feira (12) após contaminação pela bactéria resistente Staphylococcus aureus.
Segundo o relato da mãe, Daniela Veiga, em uma publicação nas redes sociais, a equipe médica do hospital no qual Dâmilly foi socorrida, fez o possível para a reversão do quadro, mas não teve sucesso.
"Minha filha foi atingida por uma bactéria extremamente agressiva e de difícil reversão (Staphylococcus aureus MRSA). O ponto de entrada da bactéria foi uma acne que ela tinha no rosto. Essa bactéria gerou uma infecção generalizada e ocasionou falência múltipla dos órgãos", disse.
Entenda
Segundo o médico infectologista Estevão Urbano, o que caracteriza as bactérias resistentes, popularmente chamadas de superbactérias, é a grande resistência à antibióticos, que, consequentemente, em sua grande maioria, infectam indivíduos com pouca capacidade de recuperação.
"Um contato próximo entre as pessoas pode transmitir essas bactérias, principalmente pelas mãos, quando não higienizadas corretamente, a pessoa contaminada acaba transmitindo para outra por meio do toque ou secreção. Além do contágio que também pode ocorrer pelo compartilhamento de equipamentos médicos, como estetoscópios e medidores de pressão", explica Estevão.
Alguns locais são mais propensos para o contágio do que outros, a exemplo de instituições de saúde, hospitais terciários, asilos e locais, nos quais objetos pessoais são compartilhados, como talheres, copos, pincéis de maquiagem e outros itens de uso individual.
Segundo o especialista, pessoas diagnosticadas com as bactérias resistentes devem ficar em isolamento para prevenir a disseminação dessa superbactéria. "O mais importante é que os profissionais que vão examinar esses pacientes tomem o devido cuidado antes de examinar outro, utilizando equipamentos de proteção e, principalmente, higienizando as mãos", relata o infectologista.
Além do contágio em ambientes hospitalares, as superbactérias podem ser transmitidas em ambientes comuns, e podem ficar colonizadas no portador que teve o contato com a bactéria durante meses ou até anos.
"A maior probabilidade é que essas bactérias fiquem resistentes em ambientes de extrema prescrição de antibióticos. Quando se usa muito antibiótico, as bactérias mais simples são eliminadas, mas as resistentes acabam aflorando", explica.
Por fim, Estevão Urbano alerta para algumas estratégias de prevenção que podem ser adotadas, para prevenir o contágio e auxiliar no combate às superbactérias. "Na prevenção primária, é necessário evitar o uso irracional de antibióticos, porém, quando o paciente já se encontra infectado, a prevenção secundária consiste em manter os pacientes portadores em isolamento e tomar medidas de precaução ao entrar em contato com os mesmos, além de não compartilhar materiais pessoais ou de uso médico.
* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.
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