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Menos de um quarto das grandes empresas tem programas de pré-natal, diz pesquisa

Estudo ouviu 267 empresas, de médio e grande porte, de 29 segmentos; apenas 8% têm espaços de berçários ou lactários

O ambiente de trabalho no Brasil ainda se mostra um tanto quanto despreparado para receber as mulheres de maneira adequada. É o que aponta uma pesquisa pioneira da Mercer Marsh Benefícios, evidenciando que somente 23% das empresas pesquisadas possuem campanhas de acompanhamento de gestantes, incluindo pré e pós-natal para suas funcionárias.

O número é muito baixo. No caso, esse é um papel básico e ético da empresa, não vejo nem como benefício, comenta Eduardo Marino, Gerente de Conhecimento Aplicado da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal.

O estudo da consultoria de gerenciamento de riscos escutou 267 empresas, todas de médio ou grande porte, de 29 segmentos da economia – o que mostra a incipiência desse tipo de política mesmo entre as multinacionais e os grandes grupos. Esse não é o principal foco dos RHs das empresas, diz Mariana Dias, líder da área de consultoria e gestão atuarial da Mercer. As empresas não atentaram que isso pode ajudar a manter a mulher no mercado, completa. Nesse ponto, o cenário tende a melhorar. A pesquisa mostrou que, entre as empresas que não possuem essas campanhas, 73% pretendem implementá-las.

Já quando o assunto é a instalação de berçários e lactários para trabalhadoras com recém-nascidos, somente 8% possuem algum deles. Nesse universo, 3% têm berçários e, entre os que não têm, apenas 0,4% pretendem criá-lo. Quanto aos berçários, fica até justificado por questões como custo e espaço físico, além de uma série de implicações legais como crianças no local de trabalho, pondera a coordenadora do estudo.

As mulheres necessitam de condições que as possibilitem equilibrar os múltiplos papéis na vida pessoal ao longo de sua trajetória profissional. E um dos principais problemas apontados pela pesquisa é a falta de entendimento das empresas de que as diferentes fases da vida pessoal da mulher podem prejudicar a sua vida profissional. “É preciso que haja essa discussão na base, mas também nas estruturas de classes, que definem uma série de responsabilidades nas empresas, diz Marino.

Saúde mental

Saindo do âmbito feminino, a pesquisa também mostrou que é baixo também o índice de empresas com programas voltados para tratamento da saúde mental dos funcionários. De acordo o levantamento, das 267 empresas somente 18% investem em iniciativas visando prevenção e tratamento de transtornos mentais entre os colaboradores.

Das companhias que possuem alguma iniciativa do gênero, 54% realizam palestras de orientação, 25% contam com psicólogo (individual) in company, 13% oferecem aulas de ioga, 6% dão acesso a aulas de meditação, e 4% oferecem psicólogo (em grupo) in company.

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