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Pesquisa aponta queda de 11,34% no menor preço da cesta básica

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Divulgação

O valor da Cesta Básica do mês de Novembro/2016 comparado com o mês de Outubro/2016 apresentou uma queda brusca de 11,34% em Dourados, é o que constata a pesquisa realizada pelos acadêmicos do curso de Ciências Econômicas da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia (FACE) da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) realizada na última semana de outubro.

Os produtos que compõem a Cesta Básica conforme o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) de acordo com a Lei Nº 399 que estabelece o salário mínimo são: (Açúcar, arroz, banana, batata, café, carne, farinha de trigo, feijão, leite, margarina, óleo de soja, pão-francês e tomate). Os preços da cesta básica de Outubro/2016 com estes produtos ficaram em R$ 402,66 o que significa 45,76% do Salário mínimo que foi de R$ 880,00. E no mês de Novembro/2016, o trabalhador douradense teve que destinar uma quantia bem inferior a isso para a compra dos produtos componentes da cesta básica que foi de R$ 357,00 o que equivale a 40,57% do salário mínimo vigente.

A partir dos dados do Dieese, a variação média nacional foi de uma elevação dos preços em apenas 2 capitais (Macapá e Rio Branco) e uma redução nas outras 25 capitais estaduais. Esta situação é a primeira vez que aconteceu neste ano em que a maior parte das capitais passou a registrar a queda dos preços da Cesta Básica. O nosso município também seguiu esse mesmo comportamento, ou seja, uma diminuição consistente dos preços da Cesta se compararmos com o mês anterior. Neste aspecto, houve uma repetição do comportamento dos preços da Cesta Básica ha três meses, o que é um sinal positivo na questão da estabilidade de preços praticados no país.

Dentre as capitais estaduais do país, o maior custo da cesta básica foi registrado em Porto Alegre com R$ 469,04 pelo terceiro mês seguido; a capital catarinense, Florianópolis, foi a segunda capital mais cara com R$ 466,25. E a terceira capital onde a cesta esteve mais elevada foi em São Paulo que foi de 450,39. Os menores preços médios foram verificados em Salvador com R$ 358,77; em Natal R$ 354,59 e com o menor preço da Cesta Básica do país no mês de Novembro foi registrada na capital do Estado de Pernambuco, Recife, com R$ 353,08; sendo que após quatro meses consecutivo desbancou à capital potiguar. Observamos que os menores preços foram praticados nas capitais da Região Nordeste do país.

Comparado com a capital do Estado de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, onde o preço da sua Cesta foi de R$ 425,78, portanto, maior que a de Dourados. Mas a Cesta Básica douradense superou aos preços praticados em apenas 2 capitais estaduais do país. Estas capitais, cujo preço da cesta foram menor que Dourados registraram-se em Natal e Recife. Apontamos também que neste mês, os preços caíram substancialmente em nosso município, já que sempre superou aos preços de várias capitais e não só a estas duas.

A partir da Constituição Federal de 1988 o trabalhador brasileiro deve trabalhar 220 horas mensais, com isso, no mês de Outubro/2016, um trabalhador douradense para pagar a cesta básica tinha de trabalhar 100 horas e 40 minutos. No mês seguinte, Novembro/2016 este mesmo trabalhador precisou de um tempo muito inferior para comprar alimentos que foi de apenas 89 horas e 15 minutos, isto representou um substantivo aumento do poder de compra do salário se comparado com o mês de Outubro/2016. Esse ganho ocorreu devido à queda dos preços da Cesta Básica no mês de Novembro.

Dos 13 produtos que compõem a Cesta Básica, em Dourados, apenas 3 apresentaram uma elevação de preços no mês de Novembro. O produto que teve a maior elevação no mês foi o açúcar com 7,01%. Os outros produtos que aumentaram de preços foram: a margarina com 6,77% e o café com 4,27% de elevação do seu preço. Todos estes produtos não têm tanto peso nos preços da cesta básica douradense.

E os produtos que compõem a Cesta Básica, mas diminuíram de preços no mês de Novembro foram: a batata com 38,51% sendo este com a maior queda; o óleo com 32,36%; o tomate que pelo terceiro mês seguido diminuiu de preço com 32,36%; feijão 19,75%; o arroz com 11,65% pela segunda vez seguida; pão-francês com 11,63% de queda; farinha de trigo também pelo segundo mês seguido com 10,07% de diminuição de preço; a banana com queda de 5,27% e a carne que no mês de novembro também diminuiu de preço em 4,25%.

No mês de novembro, os preços da Cesta Básica caíram mais ainda se compararmos com o de Outubro em todo o país. Um aspecto que merece ser destacado é a queda dos preços da Cesta Básica que vem ocorrendo no país pelo quarto mês seguido, fator este esperado numa economia que está em recessão mas que até quatro meses atrás experimentava elevação de preços. Este fenômeno na economia se chama estagflação (que é a recessão com inflação), isso deixou de existir com a queda sucessiva desde o mês de agosto deste ano dos preços da Cesta Básica.

Apesar da queda substancial dos preços, continuamos com a nossa sugestão aos consumidores douradenses de que vale a pena a pesquisa nos diversos supermercados. Apresentamos a diferença de preços entre o supermercado que praticou o preço mais elevado que chegou a R$ 416,57 e o menor com 262,89 Reais com os mesmos produtos; isto representa uma diferença de R$ 153,68, ou seja, 58,46% menor, um ganho que consideramos compensa o sacrifício de percorrer vários estabelecimentos. Outra sugestão que fazemos é a de verificar também os levantamentos realizados pelo PROCON do nosso município, porque o método adotado por esta instituição é a de comparar os preços praticados por cada estabelecimento e dar a publicidade esta pesquisa.

Conforme o DIEESE, e levando em consideração a determinação da Constituição Nacional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para cobrir as despesas do trabalhador brasileiro e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.

Dessa maneira, em Novembro de 2016, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.940,41, isso significa 4,48 vezes mais do que o mínimo vigente que é de R$ 880,00. Constatamos que em Outubro o salário mínimo necessário estava em 4.016,27 que também representa 4,56 vezes de salário praticado atualmente. Mais um indicador de que houve um ganho dos trabalhadores no mês de Novembro.

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