Após relatos de alguns produtores rurais de Maracaju e Naviraí, a Fundação MS inseriu em suas pesquisas referentes à safrinha de 2015 a avaliação de grãos ardidos, que são os que apresentam algum tipo de dano e que podem prejudicar a produtividade do milho. Os resultados são repassados durante o circuito de palestras, realizado pela Fundação MS. Até o momento, seis municípios já receberam as apresentações, que serão feitas, ainda, em Maracaju, Sidrolândia e Bonito nesta semana.
Conforme o pesquisador de fitotecnia milho da Fundação MS, André Lourenção, o objetivo do estudo é mostrar se há diferenças entre híbridos quanto aos grãos danificados e se algumas características influenciam na formação dos mesmos. Avaliamos unidades em Maracaju, Rio Brilhante, Amambai e Naviraí, e identificamos que as características de empalhamento e decumbência não influenciaram a formação de grãos avariados ressalta.
Os patógenos que causam grãos ardidos podem produzir toxinas que são prejudiciais a saúde animal e humana, por isso, existe preocupação em relação ao problema, e também pelas perdas que causam. Entre os principais patógenos fúngicos que podem causar grãos ardidos de milho estão: Stenocarpella maydis (Diplodia maydis), Stenocarpella macrospora, Gibberella zeae, além de algumas espécies de Fusarium. Em Mato Grosso do Sul, foi observada baixa incidência de grãos ardidos, e não afetou de forma ampla a produção.
A adubação no milho safrinha também é um dos alvos das pesquisas. Conforme o pesquisador Douglas Gitti, a prática do plantio antecipado da soja acabou por antecipar o plantio do milho também, adiantando a semeadura para o final de janeiro, com raros casos se estendendo além do mês de fevereiro. Em sua apresentação, Gitti explica qual a melhor forma para adubar o sistema soja/milho, além de considerações sobre a aplicação correta de nitrogênio e outros nutrientes.
Essa antecipação faz com que a cultura do milho desfrute de condições menos limitantes do ponto de vista climático, reduzindo os riscos e abrindo a possibilidade de maiores investimentos, pois há mais probabilidades de resposta a níveis mais elevados de adubação, explica.
Por fim, o manejo de pragas e doenças na cultura do milho também ganha destaque entre os estudos. O pesquisador de fitossanidade da Fundação MS, José Fernando Grigolli, cita duas doenças de relevância para a cultura em questão: ferrugem polisora e a helminstoporiose. No primeiro caso, foi observado que a aplicação do fungicida deve ser feita assim que a doença for identificada, para que seja melhor controlada. Já no segundo caso, a época de aplicação apresenta pouco efeito, então é importante realiza-la em função do regime de chuvas e da ocorrência de ferrugem na área.
Outra preocupação, observada na última safrinha de milho, é a presença dos percevejos. Por isso, a orientação é redobrar os cuidados em relação a área cultivada. Quando é preciso tomar uma decisão sobre qual inseticida usar, é necessário o tipo e também o número de pragas na área, para conseguirmos posicionar uma variedade maior de inseticidas, avalia. Fazer o monitoramento, tomar decisão com base no índice populacional da praga é essencial para termos tanto uma longevidade da molécula quanto maior eficiência de aplicação, isso pode ajudar muito no manejo da cultura.
Serviço As apresentações de resultados de pesquisa da Fundação MS são realizadas sempre às 19h. Outras por meio do site www.fundacaoms.org.br ou pelo telefone (67) 3454-2631. Confira abaixo as datas e locais:
Maracaju: 24/11
Local: Câmara Municipal
Rua São Francisco, 201, Vila do Prata
Sidrolândia: 25/11
Local: Sindicato Rural
Rua Pernambuco, 360, Centro
Bonito: 26/11
Local: Sindicato Rural
Rodovia do Turismo km1
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