Publicado em 11/09/2013 às 17:04, Atualizado em 26/10/2016 às 08:16
Menina Ieda, de dois anos, pode estar nas Filipinas.Ela foi levada pelo pai na Ucrânia no último dia 27 de junho.
A PF também encaminhou o caso à Autoridade Central Administrativa Federal no Brasil (ACAF), para as providências necessárias. De acordo com a PF, a entidade entrou no caso, de modo excepcional e para fins humanitários depois que um registro foi feito junto à superintendência da instituição noTocantins.
O sequestro da criança pelo pai Alexander Levin é considerado crime na legislação brasileira, mas como aconteceu na Ucrânia, a lei não pode ser aplicada e a polícia brasileira não pode atuar na apuração do suposto crime. De acordo com a PF, a questão pode ser solucionada por meio de vias diplomáticas ou em ações cíveis movidas no poder judiciário.
O Defensor Público da União, Pedro Paulo Raveli Chiavini, que está cuidando do caso, disse que a menina pode estar nas Filipinas. Segundo informou o defensor, as suspeitas iniciais é de que ela estivesse no Canadá, já que o pai tem residência neste país. Mas a polícia canadense foi à casa dele e descobriu que a menina não está com Alexander. O passaporte dele foi rastreado e verificamos que ele passou pelas Filipinas. À Oziene, Alexander já tinha manifestado o desejo de morar neste país e na última foto da menina tirada pelo pai e postada nas redes sociais, ele disse que Ieda está em um país de terceiro mundo. Então tudo indica que ela esteja lá.
Chiavini explicou que o crime é configurado como sequestro internacional com requintes de premeditação e características maquiavélicas. O defensor disse que Alexander, antes de chegar na Turquia já havia pensado em tudo. Ele pediu para a mãe tirar um passaporte em Buenos Aires e a induziu a incluir uma cláusula que permite que qualquer um dos dois viaje com a criança. Ele abandonou a criança por uma deturpação psicológica e a sequestrou não para ficar com ela, mas para atingir a mãe.
O defensor público já pediu a apresentação de Alexander na polícia canadense para que ele seja indiciado por omissão criminosa, abandono e sequestro. A embaixada do Brasil nas Filipinas e também a das Filipinas no Brasil foram procuradas para que seja iniciada uma investigação criminal. O defensor comentou que a polícia ucraniana vai ser contactada para que o homem seja indiciado criminalmente no país também. A intenção é pressioná-lo para que ele diga onde está a menina.
É uma situação que me dá muita angústia, mas estou mais esperançosa. Quero pedir ajuda das pessoas das Filipinas para ajudar a encontrar minha filha, falou a mãe da criança, que está grávida novamente de Alexander. Minha gravidez está complicada porque eu não estou comendo, nem dormindo, relatou a jovem.
O caso
Ieda, atualmente com dois anos, é filha da tocantinense Oziene Vieira Barbosa, de 25 anos, e do ucraniano Alexander Levin, 47 anos. Eles tiveram um relacionamento por cerca de três anos e estavam vivendo em Vinnitsa (a duas horas da capital Kiev), na Ucrânia, desde o dia 12 de junho deste ano. No dia 27 de julho, o pai disse que iria comprar leite e levou a filha junto, não retornando mais. Dias depois, por meio da internet avisou Oziene de que ela nunca mais veria a filha.
O ucraniano chegou a fazer ofensas ao Brasil em uma rede social e disse não iria deixar sua garotinha crescer em um país sem esperanças. No último dia 26 de julho, Oziene revelou que está grávida e espera outro filho de Alexander.
Relacionamento
Oziene conheceu o ucraniano Alexander Levin quando fazia um curso online de inglês. Em 2011, Oziene engravidou e Levin sempre a visitava no intervalo das viagens que ele fazia para o Canadá. Depois que a filha Ieda nasceu, o companheiro sempre pedia para ela ir morar com ele na Ucrânia. Em abril deste ano, o casal e a criança foram para fora do país. Ficaram um tempo na Argentina e na França até chegar à Ucrânia em junho deste ano.
Depois que o homem sumiu com a criança, Oziene precisou pedir ajuda para a família e amigos no Tocantins para conseguir retornar ao Brasil. Na volta, ela pediu a guarda da filha para a justiça brasileira.
Mesmo com os desentendimentos, os dois mantêm contato por email e redes sociais. Porém, o ucraniano não revelou em que país está vivendo.