Publicado em 12/12/2016 às 13:25, Atualizado em 13/09/2024 às 19:23

Polícia investiga agressões a menino autista em escola: 'Monstro horrível'

Hematomas foram achados no corpo inteiro de garoto de 9 anos. Família diz que agressões foram feitas em escola de Praia Grande (SP).

G1,
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Magda Isidoro / Arquivo Pessoal)

Uma criança de 9 anos que frequenta uma escola especial em Praia Grande, no litoral de São Paulo, voltou para casa na última sexta-feira (9) com várias marcas de hematomas espalhadas por todo corpo. Os responsáveis pelo menino, que é autista e não consegue falar, acionaram a polícia para denunciar as agressões. A criança passará por um exame no Instituto Médico Legal (IML) de Santos nesta segunda-feira (12) para tentar identificar a origem das lesões.

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Magda Isidoro / Arquivo Pessoal

De acordo com a avó materna do menino, Magda Isidora, de 52 anos, o garoto estuda na escola Anahy Navarro Trovão. Na última sexta, ele foi para a escola normalmente, às 8h, mas por volta das 10h a direção ligou para os familiares avisando que o garoto não parava de chorar e estava extremamente nervoso. Quando os familiares finalmente chegaram, o garoto continuou agitado e precisou ser levado para casa imediatamente.

"Quando a mãe foi dar banho, começou a encontrar vários hematomas enormes no corpo dele. Ela pegou o telefone e ligou na escola imediatamente. Em seguida fomos na delegacia registrar a queixa e, depois, na escola pessoalmente. Lá alegaram não saber de nada. A professora nos disse que viu as lesões na hora do banho. O que temos certeza é que o meu neto anda extremamente nervoso em casa e tem relutado muito em ir para a escola. Algo aconteceu", afirma.

Após a grande repercussão do caso, o Conselho Tutelar também foi acionado para acompanhar e averiguar o que aconteceu. A polícia já está investigando e familiares e funcionários da escola devem ser ouvidos, a partir desta segunda, para ajudarem a esclarecer o que de fato aconteceu com a criança.

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Magda Isidoro / Arquivo Pessoal)

"Ainda é prematuro acusarmos alguém. Seria injusto. O fato é que precisamos saber com urgência quem fez isso com ele. A mãe e a avó materna afirmam ter certeza de que ele foi agredido na escola, já que ele gostava de frequentar o local e mudou de comportamento sem mais nem menos. A única certeza que temos é que houve negligência porque, se eles viram os hematomas antes, deveriam chamar o Conselho Tutelar", diz.

Magda afirma que não acredita que a professora do menino seja a responsável pelas agressões. Ela acha mais provável que outra pessoa, dentro da escola, tenha machucado a criança. Ela afirma também que o responsável pelos hematomas possa ter se aproveitado do fato de ele não conseguir falar, já que o garoto não poderia denunciar as agressões.

"É uma maldade. A pessoa que fez isso é um monstro horrível. Meu filho está revoltado, inconformado, em busca de Justiça. Temos certeza que o culpado vai pagar pelo que fez. Vamos lutar para que o responsável pela agressão seja punido dentro da lei. Isso é tudo o que queremos", disse a avó.

O G1 entrou em contato com a Prefeitura de Praia Grande para falar sobre o assunto, já que a agressão teria ocorrido em uma escola municipal da cidade. Até o fechamento desta reportagem, porém, não houve um retorno oficial por parte da Prefeitura. A solicitação de nota foi feita às 10h30 de domingo (11).