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Polícia vê 'desespero sincero' no pai de garoto que caiu de prédio em SP

Criança caiu de uma cobertura no 16º andar em Praia Grande, SP. Pai quebrou vários portões do prédio para tentar salvar o filho.

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Divulgação

A Polícia Civil acredita que o empresário Wesley Arroio, pai do menino Yuri, de quatro anos, não teve envolvimento direto na morte da criança. Yuri caiu do 16º andar de um prédio em Praia Grande, no litoral de São Paulo, no último sábado (11), e não resistiu aos ferimentos. De acordo com informações da polícia, o pai, que passou mal e estava no banheiro no momento do acidente, tinha uma excelente relação com o filho e demonstrou um 'desespero sincero' durante depoimento. O caso foi registrado como homicídio culposo.

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 Solange Freitas/G1

O G1 obteve, na manhã desta segunda-feira (13), várias imagens das câmeras de monitoramento instaladas no prédio. Além de registrarem a queda do garoto, um dos vídeos mostra o desespero do pai na tentativa de socorrer o filho, o que reforça a versão da polícia. De acordo com testemunhas, ele chegou a quebrar várias portas do condomínio, em um momento de desespero, para chegar mais rápido ao local onde o corpo do garoto se encontrava.

As imagens vão ao encontro do depoimento dado por Arroio à Polícia. Em entrevista ao Jornal A Tribuna, o delegado Flávio Magário afirmou, após ouvir o pai da criança, que o acidente chocou a todos que estavam trabalhando na ocorrência e que ele mostrou um “desespero sincero” ao socorrer o filho. “Esse caso arrasou todos os policiais do plantão”, disse.

Ainda de acordo com Magário, se a culpa do empresário ficar caracterizada como negligência por conta da ausência de redes de proteção no imóvel, o empresário poderá não ser responsabilizado criminalmente, já que o Código Penal prevê a possibilidade do juiz não aplicar a pena se as consequências da infração atingirem o próprio autor de forma grave.

De acordo com informações apuradas pelo G1, o relacionamento de pai e filho era absolutamente normal. Arroio, que sempre demonstrou pelas redes sociais o seu carinho pelo filho, estava separado da mãe de Yuri desde 2014, mas, de acordo com familiares, o término ocorreu de forma amigável. A mãe de Yuri, inclusive, trabalha em uma loja administrada pelo ex-marido.

Em depoimento aos policiais, Arroio disse que o acidente aconteceu em um intervalo de apenas cinco minutos. Ele conta que estava com a criança em casa quando começou a passar mal e se dirigiu ao banheiro. Nesse tempo, ele teria chamado o filho e, como não ouviu respostas, resolveu procurá-lo, até que viu o corpo da criança no estacionamento quando se aproximou e olhou pelo parapeito da sacada.

Susto nos vizinhos

O barulho da queda do menino assustou alguns vizinhos e pessoas que estavam nos prédios no entorno do acidente. Algumas testemunhas chegaram a declarar que o empresário não estava em casa no momento do acidente mas, posteriormente, essa versão foi desmentida pela polícia. Segundo uma vizinha ouvida pelo G1, o barulho da queda provocou gritaria e desespero. "Achei que tinha caído algo de uma tonelada, e não uma criança. Ouvi muitos gritos, mas ele já estava no chão, deitadinho", disse Cristina Cabral Batista.

Falta de equipamentos de proteção

Segundo descrito no boletim de ocorrência, o apartamento em questão não possui grades ou redes de proteção. A polícia já solicitou junto à administração do condomínio as imagens das câmeras de monitoramento, que podem ajudar nas investigações. O empresário foi liberado após prestar depoimento.

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