Publicado em 24/01/2018 às 15:03, Atualizado em 13/09/2024 às 19:37

Zeca Camargo é condenado a pagar R$ 60 mil de indenização ao pai de Cristiano Araújo e a empresa

Juíza entendeu que houve danos morais em crônica publicada pelo jornalista após morte do cantor, há quase três anos. Cabe recurso.

G1,
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Cristiano Araújo e a namorada, a estudante Allana Moraes, morreram em acidente de carro (Foto: Arquivo Pessoal)

O jornalista Zeca Camargo foi condenado, na terça-feira (23), a pagar R$ 60 mil ao pai de Cristiano Araújo e à empresa que cuidava da carreira do cantor, que morreu em um acidente de carro há quase três anos. A juíza Rozana Fernandes Campamum, da 17ª Vara Cível e Ambiental de Goiânia, entendeu que houve danos morais na crônica publicada pelo réu logo após a morte do artista.

O apresentador pode recorrer da sentença. O G1 entrou em contato com o jornalista, por e-mail, às 11h27, e aguarda um posicionamento. Durante o processo, Zeca Camargo “negou que tenha ofendido a honra e a imagem do falecido e saudoso cantor Cristiano Araújo”.

A reportagem tenta contato com o pai de Cristiano, João Reis de Araújo, mas as ligações não foram atendidas. Já a defesa da empresa CA Produções Artísticas Ltda não foi localizada.

Cristiano, de 29 anos, e a namorada dele, Allana Moraes, de 19, morreram em um acidente de carro em 2015, na BR-153, em Morrinhos, no sul goiano, quando voltavam de um show. Além dos namorados, também estavam no veículo o motorista, Ronaldo Miranda, e o empresário Victor Leonardo. Os dois últimos ficaram feridos, mas deixaram o hospital dias depois.

Danos morais

Na sentença, a magistrada acatou afirma que o jornalista não respeitou o momento do luto do pai, família, empresário e fãs. “Não teve o mínimo de compaixão e sensibilidade e no seu egoísmo e narcisismo, com pensamento de autoridade acerca do que deve ser considerado bom ou não, passou a agredir aquele que já não tinha defesa”, destaca a juíza.

Rozana também salientou que a crônica "desmerece inteiramente a imagem de Cristiano Araújo com uso de 'subterfúgios e tom despropositadamente escandalizado ou artificioso e sistemática dramatização' para dizer que o público e os fãs não eram dele, mas sim pessoas carentes de paixões e heróis e, tão somente por isto, arrastaram-se ao seu velório".

No pedido de indenização, João Reis e pela CA Produções Artísticas defenderam que a morte de Cristiano causou comoção nacional pela disseminação do amor e que o dano moral se deu no momento em que Zeca Camargo “debochou” desse sentimento em uma” crônica cruel, infundada, insensível e preconceituosa”.