Publicado em 23/05/2017 às 13:25, Atualizado em 13/09/2024 às 19:35
Fiipelli é ex-vice do DF. Agnelo Queiroz, do PT, e José Roberto Arruda, do PR, são ex-governadores. A operação era contra o desvio de recursos públicos nas obras do estádio Mané Garricha.
A Polícia Federal prendeu dois ex-governadores do Distrito Federal e um ex-vice, Tadeu Filipelli, assessor especial do presidente Michel Temer. Foi em uma operação contra o desvio de recursos públicos nas obras do estádio Mané Garrincha, em Brasília.
Tadeu Filipelli foi preso em casa no Lago Sul, bairro nobre em Brasília. Ele saiu acompanhado dos policiais e com o rosto coberto. O ex-vice governador é filiado ao PMDB e era assessor especial do presidente Michel Temer. No fim da manhã, foi exonerado do cargo.
Também foram presos os ex-governadores do Distrito Federal José Roberto Arruda, eleito pelo DEM em 2007 e hoje filiado ao PR, e Agnelo Queiroz, do PT. Além deles, outras sete pessoas foram presas acusadas de fazer parte do esquema.
A operação é para investigar o superfaturamento na reforma do Estádio Nacional Mané Garrincha. Segundo os investigadores, a organização criminosa superfaturou e desviou recursos da obra. O estádio estava previsto para custar R$ 600 milhões, mas acabou custando R$ 1, 575 bilhão. É o mais caro entre os 12 estádios construídos para a Copa de 2014.
O Ministério Público Federal aponta indícios de superfaturamento de R$ 900 milhões.
A prisão de Tadeu Filipelli aumenta a lista de assessores e ex-assessores do presidente Michel Temer investigados pela Justiça: já são alvos de processos os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, o ex-ministro Geddel Vieira Lima, o ex-assessor e deputado afastado Rodrigo Rocha Loures e o ex-assessor José Yunes, que detalhou um suposto esquema de pagamento de propina para o PMDB.
Outro lado
A defesa de José Roberto Arruda afirma que o cliente é inocente e que não houve gasto com dinheiro público com a obra durante o governo de Arruda.
A defesa de Agnelo Queiroz disse que só será possível emitir algum comentário depois de conhecer o teor do inquérito.
A defesa de Tadeu Filippelli informou que espera ter acesso à decisão e as cópias dos autos para saber que providências vai tomar.
O deputado Rogério Rosso, do PSD, afirmou que ainda não foi informado oficialmente de que é investigado pela operação Panatenaico. E que deve haver algum equívoco porque sua vida pública é correta.
Em nota, a Andrade Gutierrez informa que segue colaborando com as investigações em curso dentro do acordo de leniência firmado pela empresa com o Ministério Público Federal.