Publicado em 20/02/2024 às 07:50, Atualizado em 13/09/2024 às 19:47
Thiago Giovanni Demarco Sena, 27 anos, e William Enrique Larrea, 37 anos, foram condenados a 12 anos de prisão pelo assassinato do adolescente Wesner Moreira da Silva
Após sete anos de um doloroso processo judicial, Thiago Giovanni Demarco Sena, 27 anos, e William Enrique Larrea, 37 anos, foram condenados a 12 anos de prisão pelo assassinato do adolescente Wesner Moreira da Silva, na época com 17 anos. O trágico incidente ocorreu em 3 de fevereiro de 2017, quando os dois acusados, proprietário e funcionário de um lava a jato em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, introduziram uma mangueira de ar comprimido na região anal de Wesner, resultando em sua morte 11 dias depois.
O Juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Júri de Campo Grande, determinou a prisão imediata da dupla após a confirmação da sentença, embora os réus tenham permanecido em liberdade desde o incidente, alegando que a ação foi uma "brincadeira".
Durante o julgamento, Thiago e William sustentaram que a introdução da mangueira no corpo de Wesner foi uma "brincadeira" mal interpretada. Eles alegaram que não tinham a intenção de causar danos graves ao colega e que não estavam cientes do potencial letal da mangueira de ar comprimido.
Thiago afirmou que a vítima teria iniciado a "brincadeira" durante o expediente no lava a jato e que, em um momento de descontração, direcionou a mangueira para a região anal de Wesner por alguns segundos, após o que a vítima reclamou de dor e pediu para parar.
William corroborou a versão de Thiago, argumentando que a ação foi rápida e que todos eram amigos, acostumados a brincadeiras no local de trabalho. Ele negou ter segurado Wesner durante o incidente.
No entanto, a mãe de Wesner, Marisilva Moreira, enfatizou que a ação dos acusados não foi uma brincadeira inocente, mas sim um ato de extrema violência que resultou na perda irreparável de seu filho. Ela ressaltou que Wesner sonhava em seguir carreira militar e que sua morte devastou não apenas sua família, mas toda a comunidade.
Marisilva expressou sua esperança de que a justiça fosse feita e que os acusados fossem punidos com a pena máxima. Ela destacou que, mesmo após mais de seis anos desde o crime, a dor da perda de seu filho permanece aguda, e que a sentença traria um senso de justiça e alívio para ela e sua família.
Até o momento desta reportagem, os réus ainda não haviam sido encarcerados, e a defesa da dupla não havia se manifestado. Este caso trágico serve como um lembrete sombrio dos perigos da violência disfarçada de "brincadeira" e da importância de responsabilizar aqueles que causam danos irreparáveis a outros. A comunidade aguarda o desfecho final deste caso, esperando que a justiça seja feita em nome de Wesner e sua família.