Publicado em 09/11/2017 às 15:23, Atualizado em 13/09/2024 às 19:36

Ex-coronel é preso por desviar R$ 113 mil da Casa Militar de SP

Ex-PM foi condenado em setembro. Defesa diz que ele é 'bode expiatório'

Redaçao, R7
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Divulgação

Condenado pelo TJM (Tribunal de Justiça Militar) por desviar dinheiro público da Casa Militar (órgão responsável pela segurança do governador), o ex-tenente-coronel Cidionir Queiroz Filho foi preso na última quarta-feira (1º).

A Justiça Militar concluiu que Queiroz Filho desviou R$ 113.055,13 da Casa Militar entre 2002 e 2003, período em que trabalhava no local. Na época, ele era diretor da divisão de finanças e compras do órgão.

As atribuições dele estavam diretamente relacionadas com tarefas relativas à área financeira, como pagamentos para que obras fossem feitas, prestação de contas de adiantamentos e manutenção de bens móveis e imóveis.

Irregularidades

De acordo com a condenação de Queiroz Filho, de 21 de setembro de 2017, foi elaborado um laudo pericial contábil que constatou três grandes irregularidades.

A primeira delas foi em relação à despesas autorizadas e pagas pelo ex-tenente coronel e pelo ex-terceiro-sargento Márcio Luiz Matias, que também era réu no processo e morreu em 28 de dezembro de 2014. Eles pagaram notas em duplicidade a uma empresa de telecomunicações no valor de R$ 5.804,34.

A segunda irrelugaridade foi achada em uma obra que nunca aconteceu no Palácio de Campos do Jordão. As notas fiscais eram no valor de R$ 9.300,00. Além disso, a empresa que tinha sido contratada para a realização da obra não era cadastrada como fornecedora da Casa Militar.

A terceira delas diz respeito ao saque no valor de quase R$ 100 mil. O documento do TJM diz ainda que os indiciados forjaram documentos.

O ex-tenente-coronel, que teve sua condenação quase 10 anos depois do começo das investigações, foi levado para o presídio Romão Gomes. De acordo com o Tribunal de Justiça Militar, a defesa do ex-tenente-coronel entrou com recurso da condenação.

Defesa

Nos autos, a defesa do PM diz que "havia animosidades na Casa Militar" e que optaram por nomear Queiroz Filho como "bode espiatório". A defesa também afirma que existem "meros indícios" contra ele e que "não era responsabilidade do apelado direcionar os contratos das empresas, tampouco fiscalizar o efetivo cumprimento dos serviços contratados".

Em seu interrogatório, o ex-tenente-coronel disse que "era tido como um chefe 'zica', por ser extremamente legalista". Ele acrescentou que "tudo que fez foi em cumprimento às ordens superiores e às normas que regem as despesas públicas".

Em janeiro de 2008, Queiroz Filho foi expulso da Polícia Militar por ter sido julgado “indigno e incompatível com o oficialato”.

A reportagem tentou falar no escritório e por celular com a defesa do ex-tenente-coronel, mas não conseguiu contato. Questionada, a Secretaria de Estado da Segurança Pública não teve retorno até o fechamento desta reportagem.