Publicado em 24/06/2015 às 07:05, Atualizado em 26/10/2016 às 12:24
Polícia descobriu que remédio roubado em Minas Gerais foi revendido na Capital
A relação de medicamentos roubados, furtados e extraviados no país é divulgada mensalmente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), como ferramenta para proteger empresas e clientes sobre produtos ilícitos.
O documento é público e de fácil acesso, mesmo assim distribuidoras e farmácias de Mato Grosso do Sul parecem ignorar a lista, conforme a delegada Ana Cláudia Medina, da Especializada de Combate ao Crime Organizado (Deco).
Alguns falaram que não olham e outros nem tinham conhecimento dessa lista, declarou a delegada se referindo a farmacêuticos e proprietários de farmácias e distribuidoras de medicamentos, que foram fiscalizados durante a Operação Pharmacus deflagrada na semana passada pela Polícia Civil, em parceria com a Vigilância Sanitária Municipal. Ainda segundo ela, um trabalho de orientação foi realizado nos estabelecimentos para apresentação dessa relação.
A operação apura a denúncia da compra de medicamentos SeloZok 50mg roubados de Pouso Alegre (MG) e revendidos por distribuidoras e farmácias do estado. Uma delas, a Medcardim foi interditada durante a ação policial, apontada como responsável pela compra e revenda para outras empresas em MS. A distribuidora São Bento e as Farmácias São Leopoldo, onde também foram apreendidas caixas do remédio, não foram fechadas porque, segundo a polícia, o problema foi pontual.
Mesmo assim, os proprietários das farmácias e farmacêuticos devem ser investigados por receptação culposa, já que os medicamentos foram comprados com preços abaixo do valor praticado no mercado.
As diligências continuam e a análise dos documentos apreendidos também. É possível que eles (donos das farmácias) prestem depoimento na semana que vem.
À reportagem, o administrador judicial da São Bento, Milton Lauro Schmidt informou que uma auditoria interna será realizada na empresa e depois uma ação será movida contra a Medcardim. Adquirimos a medicação com nota fiscal de uma distribuidora que até então era idônea, declarou o advogado, que acabou reforçando a declaração da delegada em relação a lista da Anvisa. As compras são feitas diariamente, de distribuidoras de confiança e com nota fiscal. Não se verifica lote por lote, completou.
O proprietário da farmácia São Leopoldo, Átila Barbosa informou que também não tinha conhecimento da lista da Anvisa. Só ficamos sabendo, quando a polícia a e vigilância vieram aqui, lamentou ele, informando que já entregou as notas fiscais da compra à polícia. Vamos esperar toda apuração do caso. Todo mundo está pagando um preço que não deve.