Publicado em 15/01/2016 às 09:11, Atualizado em 26/10/2016 às 14:02

Governo de MS estuda adiar início das aulas por causa das chuvas

Secretária de Educação diz que calendário escolar não será prejudicado.Reposição seria aos sábados com conselho de classe e reuniões com pais.

, G1
(Foto: Ademir Souza Almeida/arquivo pessoal)

O governo de Mato Grosso do Sul estuda adiar o início das aulas a pedido dos prefeitos que tiveram os municípios destruídos pelas chuvas de verão. Segundo a secretária de Educação, Maria Cecília Amêndola da Mota, foram propostas duas datas.

“Estamos fazendo alguns estudos. Nosso calendário está para iniciar no dia 15 de fevereiro e, agora, estamos propondo mais dois calendários diferenciados do dia 15 e em cima do que a governadora em exercício vai verificar nas cidades”, afirmou a secretária.

Segundo Maria Cecília, uma data é o dia 22 de fevereiro e o outro dia 29. “Então iniciando dia 22 nos moldes de alguns estados como Santa Catarina e o outro iniciando no dia 29 atendendo aos prefeitos porque nossos alunos são carregados pelas prefeituras”, pontuou.

O adiamento foi pedido pelos prefeitos, através da Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomasul). Além disso, o ano letivo das escolas municipais inicia no dia 29 de fevereiro.

Segundo a associação, cerca de 40% dos estudantes do estado que moram na zona rural, dependem do transporte escolar para irem até a zona urbana estudar. O problema é que muitas estradas e pontes estão em situação precária por causa das chuvas.

Na avaliação da secretária, nem o calendário escolar e nem os alunos seriam prejudicados com o adiamento do início das aulas. “No calendário do dia 29, nós já chamaríamos os professores dia 22 para fazer o planejamento, então já contaria esse tempo como ano letivo. Nós temos cinco sábados então aumentaria um pouco. Esse calendário que estamos propondo seriam sábado letivos, mas com conselho de classe e reuniões de pais e mestres que nós consideraríamos como dias letivos”, explicou.

67 mil afetadosA chuva, que inicialmente trouxe prejuízos ao sul do estado em dezembro, hoje já atinge todas as regiões de Mato Grosso do Sul. Pelo menos 67 mil pessoas foram prejudicadas por causa das chuvas e 28 municípios decretaram situação de emergência.

Só no município de Bela Vista, mais de 70 famílias ficaram desabrigadas depois que o nível do rio Apa subir e provocar enchentes em três bairros da cidade. Além do município, existem desabrigados e desalojados em Amambai, Aral Moreira, Caarapó, Coronel Sapucaia, Eldorado, Iquatemi, Itaquiraí, Japorã, Juti, Tacuru, Naviraí, Novo Horizonte do Sul, Paranhos, Sete Quedas, Bela Vista, Guia Lopes da Laguna e Taquarussú.

De acordo com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (CEDC), a situação de emergência foi reconhecida em 18 cidades sul-mato-grossenses. Até o momento, 25 município decretaram.

A Defesa Civil informou que já são cerca de 60 pontes danificadas no estado. Em Tacurú , Naviraí, Coronel Sapucaia, Amambai, Sete Quedas, Paranhos, Juti, Novo Horizonte do Sul, Aral Moreira e Caarapó. Nesse último município, por exemplo, uma barragem de quase 20 metros de altura se rompeu no mês de dezembro. O balneário que tinha mais de 30 anos foi totalmente esvaziado.

Em relação às rodovias estaduais, quatro estão danificadas em Naviraí, três em Iguatemi, três em Aral Moreira e uma em Sete Quedas. Em Aral Moreira, 13 rodovias municipais foram estragadas. Já no município de Naviraí, quatro rodovias ficaram destruídas.

Entre os rios em estado de alerta por causa da cheia estão o rio Aquidauana, que falta 10 centímetros para entrar em emergência; o rio Pardo, que atingiu 604 cm de cheia e o rio Taquari, que preocupa a população ribeirinha de Coxim.