O Pantanal, um dos biomas mais ricos e biodiversos do mundo, enfrenta uma das piores secas da história, conforme destacou uma nota técnica do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ), divulgada na segunda-feira (24). Mais de 661 mil hectares já foram consumidos pelo fogo em 2024.
De acordo com o documento, a região do Pantanal está sob um regime de "seca persistente de intensidade extrema a moderada pelo menos nos últimos 12 meses". Desde o final de 2023 e início de 2024, o bioma apresenta o maior índice de "raridade de seca" registrado desde 1951, superando o ano de 2020, até então considerado o mais crítico em termos de secas, conforme a umidade do solo.
Entre 1º de janeiro e 25 de junho de 2024, mais de 3 mil focos de incêndio foram registrados no Pantanal. A seca severa e a estiagem expuseram a planície ao fogo mais cedo do que o habitual, agravando a situação. Mato Grosso do Sul decretou estado de emergência nas cidades atingidas pelos incêndios.
O cenário de destruição é alarmante, com o número de focos de incêndio superando os registros do mesmo período de 2020, ano recorde de queimadas. Especialistas explicam que o aumento dos focos ainda em junho se deve à antecipação da temporada do fogo, que geralmente começa entre o fim de julho e agosto.
Em resposta à crise, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) confirmou, na terça-feira (25), o envio de 80 agentes da Força Nacional para auxiliar no combate aos incêndios no Pantanal, em Mato Grosso do Sul. Equipamentos como caminhões de combate a incêndios florestais, abafadores, enxadas, ferramentas de escavação, drones, e dispositivos GPS serão utilizados.
A solicitação de apoio foi feita pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), prevista na portaria do MJSP nº 641/2024. As condições críticas do Pantanal podem piorar, com a previsão de temperaturas ultrapassando 2°C acima da média e a probabilidade de chuvas entre 60% e 70% abaixo da média histórica.
A situação exige atenção e ação imediata para mitigar os impactos devastadores dos incêndios e preservar o bioma do Pantanal.
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