Publicado em 07/10/2014 às 07:30, Atualizado em 26/10/2016 às 10:41
Após receber o útero de uma amiga de 61 anos, mulher de 36 deu à luz na Suécia
Nasceu em setembro na Suécia o primeiro bebê após um transplante de útero. Apesar do procedimento não ser inédito já foram realizados onze desse tipo no mundo , esse é o primeiro nascimento registrado. A mulher de 36 anos, que não teve sua identidade revelada, sofre da Síndrome de Rokitansky, caracterizada pela ausência do útero, e antes só poderia ser mãe por meio de adoção ou de uma barriga de aluguel. Com a doação de uma amiga próxima da família, de 61 anos, mãe de dois filhos e que já estava na menopausa há sete anos, o transplante foi realizado em 2013.
A paciente, que tinha ovários que funcionavam perfeitamente, teve o primeiro ciclo menstrual 43 dias após o transplante e, após um ano da cirurgia, a fertilização in vitro foi realizada. O bebê nasceu prematuro, de parto cesárea, com 31 semanas e 5 dias, pesando 1,775 quilos e medindo 40 centímetros, números considerados normais para a idade gestacional. Depois de 16 dias no hospital, o recém-nascido pode, finalmente, ir para a casa.
Em casos de transplante de útero, a orientação é a de que ele seja removido depois de uma ou duas gestações, para evitar os efeitos a longo prazo dos medicamentos usados para evitar a rejeição do órgão transplantado. No artigo publicado no site The Lancet pelos pesquisadores responsáveis, liderados pelo professor de obstetrícia e ginecologia da Universidade de Gotemburgo, Matts Brännstörm, eles dizem que a demonstração do primeiro nascimento após um transplante de útero abre possibilidades para tratar muitas mulheres inférteis por fatores uterinos no mundo todo.